Dentro da gramática, o verbo é a classe de palavras mais flexível. Só para ilustrar, suas flexões variam de acordo com o modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo); tempo (presente, pretérito ou futuro); número (singular ou plural); pessoa (1ª, 2ª ou 3ª); e voz (ativa, passiva ou reflexiva). Porém, do que se tratam as formas nominais do verbo?
Pois bem, as formas nominais do verbo são utilizadas para classificar um comportamento específico do mesmo. Sendo assim, levando em conta as diversas possibilidades de flexão do verbo, formas nominais é um título auto sugestivo, pois indica uma situação na qual o verbo se comporta como substantivo, adjetivo ou advérbio.
As formas nominais do verbo são divididas em infinitivo, gerúndio e particípio. Enquanto no primeiro caso o verbo desempenha a função de substantivo, nos dois últimos ele atua como advérbio e adjetivo, respectivamente. Ademais, nenhum deles expressa um tempo ou modo verbal específico.
Aplicação das formas nominais do verbo
Visto que as formas nominais do verbo se dividem em três classificações, é preciso conhecer cada uma de suas especificidades, bem como compreender suas aplicações. Portanto, logo abaixo é possível conferir como as mesmas são empregadas.
Formas nominais do verbo no infinitivo
Um verbo no infinitivo não está conjugado. Sendo assim, essa forma verbal apresenta uma ação que, fora de contexto, é infinita. Como por exemplo, amar. Que pessoa está realizando a ação? Há um número? Em que tempo, modo e voz? Bom, essas perguntas não tem resposta quando um verbo está no infinitivo.
Assim que é inserido em uma oração, o verbo no infinitivo passa a atuar como um substantivo. Isso pode ser visto no exemplo abaixo:
- É preciso lutar pelos seus direitos (lutar = a luta)
- Amar é perdoar (amor é perdão)
Ademais, as formas nominais do verbo no infinitivo podem ser agrupadas como pessoais ou impessoais. Enquanto o infinitivo pessoal está flexionado, o impessoal não está. Por isso, ambos são utilizados em situações distintas. No primeiro caso, existe um sujeito envolvido na ação, no segundo não. Para ficar mais claro, veja o exemplo abaixo:
- É essencial aprenderem a cozinhar (infinitivo pessoal)
- É essencial aprender a cozinhar (infinitivo impessoal)
Logo, como ficou notável acima, o infinitivo impessoal simplesmente manifesta a ação, independente da pessoa e, eventualmente, pode ter valor substantivo. As terminações do verbo nesse caso sempre são em -ar, -er e -ir. Em contrapartida, o infinitivo pessoal é flexionado e varia em número e pessoa.
E no gerúndio?
Um verbo no gerúndio serve para indicar o prolongamento de uma ação. Visto que essa ação costuma permanecer em curso, ela transmite uma noção de continuidade e pode soar como incompleta. Por isso, nesse caso, os verbos das 1ª, 2ª e 3ª conjugações não terminam mais em -ar, -er e -ir, e sim em -ando, -endo e -indo.
Além disso, assim como mencionado acima, o verbo no gerúndio pode assumir a função de advérbio. Veja só:
- Caminhando na praia, encontrei sua irmã (caminhar = caminhando)
- Nevando, buscaremos abrigo (nevar = nevando)
É importante pontuar que as formas nominais do verbo no gerúndio podem ser utilizadas em qualquer tempo verbal e, em muitos casos, são acompanhadas por um verbo auxiliar.
E no particípio?
Enquanto o infinitivo apresenta um verbo em constante execução e o gerúndio prolonga uma ação, as formas nominais do verbo no particípio revelam uma ação passada e concluída. Aliás, muitas vezes, essa ação torna-se um adjetivo. Como é possível ver nos exemplos abaixo:
- Joaquim é um militar promovido (promover = promovido)
- Alexandre é um atleta premiado (premiar = premiado)
No entanto, um detalhe que deve ser ressaltado é que o particípio pode ser tanto regular quanto irregular. No caso do particípio regular as terminações são limitadas em -ado e -ido e podem ser flexionadas em gênero e número (-ada, -adas, -ida,-idas). Porém, quando o particípio é irregular, a situação é um pouco diferente.
Normalmente, o particípio irregular termina e -to ou -so, como por exemplo nos casos de aceito e suspenso. Curiosamente, há verbos com particípios tanto regulares quanto irregulares como é o caso de pagar (pagado/pago), eleger (elegido/eleito), exprimir (exprimido/expresso) e limpar (limpado/limpo).
Outra diferença significativa é que o particípio regular é preferencialmente usado na voz ativa, enquanto o irregular é na voz passiva, contando com verbos auxiliares como ser e estar.
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Fontes: Toda Matéria, Conjugação de Verbos, InfoEscola, Brasil Escola.
Imagens: Jason Leung, Jason Leung e Mais Bolsas