A escravidão africana sempre existiu no Continente da África, já que exercida por muitos povos da região. Geralmente a tribo vencedora de um conflito impunha ao vencido a servidão como espólio de guerra.
Com a chegada do colonizador português, entretanto, essa prática usual se tornou mercantilista. Então eles ensinaram seus aliados locais o manuseio de armas de fogo e assim encheram os porões de seus navios.
Os escravos iam para as colônias, onde trabalhavam à exaustão em lavouras e minas de metais preciosos. A vida de um escravo era breve, posto que se submetia ao excesso de trabalho, assim como a alimentação era insuficiente.
Contexto Histórico
A escravidão africana era uma prática social e econômica bem ativa na África, só que muito anterior ao colonialismo. Os espólios de guerra incluíam a transformação de homens livres em escravos. Dessa forma, povos subjugados acabavam trabalhando submissos para os vencedores.
Com as Grandes Navegações, Portugal se lançou à aventura de desbravar os oceanos, como também colonizar territórios. E foi assim que se fixou na África, passando a negociar com os comerciantes locais. Nesse meio tempo, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, dando início à colonização lusitana na América do Sul.
A partir do século XVI, foi com a escravidão que o Império Português passou a sustentar sua colônia de exploração. A primeira opção foi utilizar o índio como força de trabalho, posto que era mais barato obtê-lo. Só que começaram os conflitos com a Igreja Católica, desejosa de catequizá-lo.
Foi então que Portugal voltou sua atenção para a grande oferta de escravos africanos. O Império já tinha várias fortificações na Costa da África, o que facilitava obter o produto. Além disso, a possibilidade de lucros exorbitantes animava os comerciantes.
Como se iniciou a escravidão africana
Já bem instalados na Costa Africana, os portugueses começaram a usar a vantagem de seus domínios. E com esse fim fizeram acordos comerciais com tribos, com isso pondo os próprios nativos para caçarem seus adversários.
Os ataques eram realizados por guerreiros profissionais, que dizimavam aldeias inteiras, aprisionando seus integrantes.
A Igreja Católica não se opunha à escravidão africana, já que há séculos combatia os muçulmanos na região. Sem contar que aquele comércio incentivava o desenvolvimento dos navios, que eram necessários para o transporte ultramarino.
E considerando que os capturados eram trocados por tabaco, grandes fazendas passaram a lucrar com essas plantações. Calcula-se que, entre os séculos XV e XIX, mais de onze milhões de escravos foram comercializados.
Para onde iam os escravos?
Depois que firmavam acordos com a tribos de captura, os portugueses os equipavam com armas de fogo. Isso lhe dava uma superioridade bélica, uma vez que impossibilitava a reação com lanças e flechas.
Sem ter como vencer um inimigo assim tão forte, outra opção não havia que se render ao destino nefasto que os aguardava. Eram os vencidos então levados ao litoral, onde grandes mercadores os adquiriam e os embarcavam em navios negreiros.
Esses navios eram também chamados de tumbeiros, posto que a grande maioria dos embarcados morria. O destino eram as colônias de Portugal, principalmente o Brasil. Os escravos desembarcavam na Costa Brasileira e de lá eram levados para as fazendas.
Havia os que iam para as grandes plantações no Nordeste, assim como os que se destinavam à mineração. Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso são exemplo de utilização da escravidão africana em minas de metais preciosos.
O cotidiano de um escravo
A vida de um escravo era infernal, posto que sofria ele os excessos que lhe abatia a saúde e encurtava seus dias. Logo na chegada ao ambiente colonial, o servo era separado dos seus conhecidos. Também passava a conviver com quem tinha costume e língua diferentes dos seus.
Todos esses cuidados era para evitar rebeliões e fugas. Outra técnica era sempre mantê-los ocupados, uma vez que não tinham tempo para se associarem.
Os chamados escravos de campo eram utilizados nas grandes lavouras ou na mineração. Trabalhavam duro, cerca de dezoito horas por dia, só folgando no domingo.
Alimentavam-se mal, viviam de forma improvisada e pernoitavam nas escuras e úmidas senzalas. Poucos eram os que sobreviviam mais que vinte anos.
Mas havia também os chamados escravos domésticos, que viviam na casa grande e levavam uma vida mais tranquila. As escravas cuidavam da casa, da alimentação, dos filhos de seus senhores. Deveriam estar sempre à disposição, do raiar do sol até que todos se retirassem.
Não era raro ver nos grandes centros, como o Rio de Janeiro, os escravos de ganho que vendiam produtos nas ruas. Obviamente que o lucro era todo revertido ao seu senhor, sem que a eles fosse dada qualquer compensação.
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Fonte: Brasil Escola, Multi Rio, Wikipédia, Escola Kids, História do Mundo, História Digital, Educação, Mundo Educação.
Fonte das imagens: Todo Natalense, Professando História, Teatro Mané Beiçudo, Ensinar História, História.