Os fenômenos El Niño (“O Menino”) e La Niña (“A Menina”) são alterações significativas na temperatura da água do Oceano Pacífico. Essas alterações têm duração entre 12 e 18 meses, mas exercem profundo impacto no clima da Terra.
Também provocam mudanças periódicas na intensidade dos ventos alísios, entre as costas do Peru e da Austrália. O papel desses fenômenos no aquecimento e resfriamento global é uma área de pesquisas intensas e importantes.
Pescadores já conheciam El Niño antes da comprovação científica
O alteração climática foi originalmente reconhecida por pescadores peruanos da costa oeste da América do Sul. Ele observaram que os peixes diminuíam quando a temperatura da água estava mais alta que o normal. Os pescadores deram ao fenômeno o nome de El Niño, em referência ao menino Jesus, já que ocorria normalmente no final do ano. Somente mais tarde houve a comprovação científica do El Niño pelo uso de satélites, no levantamento dos dados climáticos em escala global.
Quando o El Niño não ocorre, os ventos alísios sopram na direção oeste através do Oceano Pacífico tropical, gerando um excesso de água no Pacífico ocidental. Isso provoca o afloramento de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes, fenômeno batizado de ressurgência, na costa ocidental da América do Sul. Dá-se então a alimentação do ecossistema marinho e cresce sobremaneira as populações de peixes.
Um fenômeno que vem da força do vento
Só que quando há o fenômeno El Niño (geralmente entre intervalos de 2 a 7 anos), os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico. Isso resulta numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de águas mais quentes que o normal na costa oeste da América do Sul. Como consequência há a diminuição da produtividade primária e das populações de peixes.
O El Niño também provoca alterações de clima em todo o Pacífico equatorial. Massas de ar quente e úmido acompanham a água, que está mais aquecida, provocando chuvas excepcionais na costa oeste da América do Sul e secas prolongadas na Indonésia e Austrália. Os cientistas acreditam que o El Niño é acompanhado pela deslocação de massas de ar a nível global, provocando alterações do clima no mundo inteiro. Entre nós, o El Niño provoca enchentes no Brasil meridional e em secas no sertão nordestino e no extremo Norte do país.
La Niña altera o clima de forma inversa
O fenômeno La Niña (ou El Viejo) é o inverso do El Niño porque deixa as temperaturas anormalmente frias. Ocorre no fim do ano e na região equatorial do Oceano Pacífico. Alguns dos impactos de La Niña são opostos aos do El Niño.
La Niña também ocorre entre 2 a 7 anos. Mas notamos que as anomalias de temperatura da superfície do mar, em anos de La Niña, são menores do que quando ocorre o El Niño. Em anos de El Niño, observa-se anomalias de até 4 ou 5 graus centígrados acima da média. Porém com La Niña as maiores anomalias se limitam a 4 graus centígrados abaixo da média.
Algumas curiosidades sobre esses fenômenos climáticos
Os efeitos econômicos provocados pelo El Niño são sentidos de maneira especial na zona costeira do Peru e do Equador. Lá as águas frias atraem grandes bancos pesqueiros, especialmente de anchovas. A pesca tem fins comerciais e alimenta aves marinhas, cujo guano constitui importante componente da indústria de adubos da região. Acontece que, durante o fenômeno de El Niño, uma camada de água quente e pobre em nutrientes, vinda do ocidente, cobre as águas costeiras orientais ricas em nutrientes. Então os peixes e as aves marinhas morrem ou abandonam a região em busca de alimento, o que repercute negativamente na economia da região.
Você gostou de conhecer El Niño e La Niña? Pois saiba que estamos vivendo uns dos maiores fenômenos da história.
Fonte: Brasil Escola, Mundo Educação, Estudo Prático.