Os processos de formação de palavras da Língua Portuguesa são marcados pela aplicação dos chamados morfemas, isto é, estruturas semânticas acrescentadas à parte inicial ou final das palavras e que alteram seus significados. Dentre elas, estão as vogais temáticas, derivação e as desinências.
Desinências, ou morfemas flexionais, são elementos localizados ao fim das palavras que têm por função determinar algumas características dos termos, tais quais flexão, tempo e gênero.
Dessa forma, esses acréscimos não formam novas palavras a exemplo dos afixos. Por exemplo, a palavra alunos conta com desinência -o e -s que indica, respectivamente, gênero masculino e plural.
Conheça abaixo os dois tipos de desinências – nominais e verbais – assim como exemplos que facilitem a sua compreensão. Bons estudos!
Nominais
Esse primeiro tipo de desinência indica as flexões de gênero, isto é, masculino e feminino, além do número, se é singular ou plural dos substantivos, alguns pronomes e adjetivos.
Como exemplo, podemos citar carro/carros e cadeira/cadeiras (desinência de número), menino/menina e comportado/comportada (desinência de gênero).
- A menina ficou feliz ao ganhar o presente.
- Todos os carros foram vendidos da concessionária.
Contudo, só podemos falar em desinência nominal quando as palavras permitem a flexão de gênero ou de número.
Existem palavras que não têm gênero masculino e feminino, como igreja e criança, e outras que não variam em número como ônibus e vírus já que estão sempre acompanhados do -s, independente de está no singular ou plural.
- A igreja irá celebrar o feriado católico na próxima sexta-feira.
- Os vírus são organismos que provocam doenças.
Portanto, as principais desinências nominais de gênero são -o (masculino) e -a (feminino). Enquanto isso, o -s é a principal desinência de número, que indica o plural.
Ademais, as palavras que terminam com –s contam com plural formado por -es, como países e portugueses. Essa formação é chamada de desinência zero.
Verbais
Esse tipo de desinência indica as flexões do verbo, que podem variar entre número-pessoa, além de modo-tempo. Sendo assim, elas podem se dividir em:
Desinências modo-temporal (DMT)
Indicam os modos verbais, que podem ser indicativo, subjuntivo e imperativo, e também os tempos presente, passado e futuro.
O rapaz falou que estaria na reunião logo cedo – Aqui, a terminação -u indica que o verbo está conjugado no pretérito perfeito do modo indicativo.
Os rapazes falariam o que haviam feito diante de todo o tribunal – Por sua vez, o verbo conjugado falaria conta com a desinência verbal -iam, que indica que ele pertence ao futuro do pretérito do indicativo.
Desinências número-pessoal (DNP)
Por outro lado, as desinências número-pessoais indicam o número – singular e plural – e as pessoas do discurso.
Nós viajaremos para o exterior no fim do ano – A desinência -emos indica, no exemplo, está se referindo a primeira pessoa do plural.
Em suma, observe como as terminações do verbo cantar podem se encaixar em cada um dos dois tipos:
Eu canto toda sexta-feira naquele restaurante – A terminação -o indica que a desinência é número-pessoal, isto é, indica que o verbo está conjugado na primeira pessoa do singular.
Ela cantava naquele restaurante toda sexta-feira – Aqui, a terminação -va indica que a desinência é modo-temporal, uma vez que indica a forma verbal do pretérito imperfeito do modo indicativo e na 1ª conjugação (final ar).
Se gostou da nossa explicação, aproveite para conferir no link tudo sobre o estudo da morfologia.
Fontes: Infoescola, Toda Matéria, Só Português, Português, Brasil Escola, Conjugação
Imagens: Sabra, Startupi, Direito Diário, Temporada livre.