Um texto ou qualquer manifestação linguística tem como principal intuito transmitir uma mensagem. Para que isso seja possível, é necessário que essa comunicação faça sentido. Logo, faz-se imprescindível o uso da coesão e coerência textual, mecanismos fundamentais na expressão de qualquer mensagem.
Todavia, do que se tratam as chamadas coesão e coerência textual? Pois bem, apesar de trabalharem juntas, a coesão e a coerência desempenham funções diferentes dentro de um texto.
Enquanto a necessidade de que as ideias e a mensagem sejam transmitidas com lógica é denominada coerência, coesão é a disposição articulada e harmônica dos elementos que integram o texto, como palavras, orações, períodos e afins. Portanto, coesão e coerência textual tem como principal função, tornar uma mensagem compreensível.
Diferença entre coesão e coerência textual
Assim como mencionado acima, coesão e coerência textual trabalham juntas, mas são diferentes. Apesar de ambas se tratarem de regras essenciais para uma boa redação, a coesão é associada à articulação interna, denominação dada às questões gramaticais. Já a coerência trata da articulação externa e mais complexa da mensagem.
Curiosamente, um texto pode muito bem ser coeso e incoerente ao mesmo tempo. Logo, é fundamental aplicar de forma correta essas regras gramaticais, para que o conteúdo emitido consiga chegar de forma clara e compreensível ao receptor.
Sendo assim, logo abaixo são apresentadas as regras relacionadas à coesão e coerência textual, bem como suas especificidades e alguns exemplos de aplicação das mesmas.
Coesão textual
As palavras são a base de todo e qualquer texto. Contudo, para que as mesmas sejam compreensíveis e desempenhem com sucesso sua função, é necessário que sejam aplicadas de forma coesa e harmoniosa. Para isso, existem algumas estratégias e regras que contribuem para a coesão textual.
Elementos, regras e exemplos de Coesão
A coesão textual pode ser obtida através de mecanismos denominados anáfora e catáfora. Ambas são referentes à informação expressa no texto e, por isso, são classificadas como endofóricas. Porém, enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
Alguns elementos contribuem para essa coesão como: o uso correto da ordenação das palavras no período; de desinências nominais (marcas de gênero e número); de desinências verbais (flexão em número, pessoa, modo e tempo); e da preposição e conjunção.
Ademais, na coesão e coerência textual, para que um texto seja coeso, existem algumas regras pontuais.
- Coesão referencial: utiliza pronomes e expressões adverbiais para evitar repetição de termos já citados ao longo do texto. Exemplo: Você viu minha mãe por aí? Ela disse que estaria aqui.
- Coesão sequencial: utiliza conectivos e expressões para criar uma sequência e relação com aquilo que já foi falado. Como por exemplo: por conseguinte, embora, logo, com o fim de, caso, entre outros.
- Coesão lexical: utiliza recursos coesivos que possibilitam a manutenção do assunto sem repetir palavras. Exemplo: A savana estava repleta de leões e leoas. Grandes felinos selvagens.
- Coesão por elipse: realiza a omissão de elementos já mencionados no texto, desde que facilmente identificáveis. Exemplo: Minha prima está no mercado. Foi comprar arroz e feijão.
- Coesão por substituição: utiliza palavras que retomam outras já faladas, sem que exista correspondência total ao primeiro termo. Exemplo: Meu pai pediu sorvete de limão e eu pedi um de chocolate.
Coerência textual
Ao produzir um texto, aquele que escreve tem como principal objetivo transmitir uma mensagem ao leitor. Essa mensagem precisa possuir sentido, certo? Logo, espera-se que a mesma seja coerente. Dessa forma, a coerência textual exige uma linha de pensamento que possa ser acompanhada e entendida.
Para que isso ocorra, as ideias inseridas na mensagem precisam ser dispostas de forma lógica. Caso contrário, o texto pode soar contraditório ou redundante, sendo classificado como incoerente. Sem coerência um texto não pode ser coeso, afinal, a falta da mesma compromete a clareza do discurso, sua harmonia e a eficácia da leitura.
Sendo assim, apesar da coerência textual exigir um conhecimento da aplicação das regras da coesão, ela conta com seus próprios elementos também.
Elementos, regras e exemplos de Coerência
Para que a coerência textual seja alcançada, é preciso que: a escrita seja clara e objetiva; as ideias sejam estruturadas em principais e secundárias; uma linha de raciocínio e pensamento lógico seja estabelecida; fatos sejam apresentados de forma harmônica; seja dada ênfase nas partes mais importantes; demonstre domínio do assunto.
Em contrapartida, para que exista coerência textual, devem ser evitados: uso desnecessário de palavras; repetição de termos; ideias redundantes; contradições; fatos isolados; frases muito longas; frases prontas, clichês, jargões, estrangeirismos; e uso de outros recursos que deixem o discurso pobre.
Além disso, na coesão e coerência textual existem os denominados fatores de coerência que contribuem para a apresentação de um texto lógico. Sendo alguns deles:
- Conhecimento de Mundo: reunião de todo conhecimento adquirido ao longo da vida e arquivado na memória;
- Inferências: informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento;
- Fatores de contextualização: elementos que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza;
- Informatividade: quanto mais informações imprevisíveis no texto, mais rico e interessante ele soará, é preciso evitar dizer o óbvio ou insistir em uma informação sem desenvolvê-la.
Por fim, vale frisar que coesão e coerência textual caminham juntas. Enquanto o encadeamento do texto é formulado pela coesão, seu sentido é responsabilidade da coerência. Assim, um texto bem conectado, harmônico e lógico, consegue atrair o leitor e transmitir a mensagem almejada.
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Fontes: Toda Matéria, Educa Mais Brasil, InfoEscola, Blog Imaginie.
Imagens: Beduka, Thought Catalog, Amador Loureiro, Matias North.