Uma classe social é um grupo dentro de uma sociedade. Sendo que ele se diferencia dos demais em relação às suas características econômicas, políticas ou culturais.
Nas sociedades capitalistas, um dos principais critérios de divisão das classes é o critério econômico. No Brasil, por exemplo, temos a divisão de classes de acordo com a renda média familiar.
Classe social para Karl Marx
Ao fazer uma análise econômica da história, Karl Marx (1818-1883) notou que em todos os períodos a economia tinha como base o antagonismo entre grupos de opressores e oprimidos.
Por exemplo, na sociedade medieval, existiam os suseranos e os vassalos.
Essa luta entre grupos movia as sociedades e permitia a transição de um modelo econômico para outro. Sendo que no capitalismo esse antagonismo é expresso nas classes sociais.
De acordo com Marx, existem 2 grandes grupos contrários um ao outro: o grupo dos que têm os meios de produção e o grupo dos que têm apenas a sua força de trabalho.
O 1º grupo é conhecido como burguesia. Já o 2º grupo é o proletariado. Um detalhe importante é que o 1º grupo é composto por um minoria de pessoas. Já o 2º grupo é constituído pela maior parte das pessoas.
Na prática, as pessoas do 2º grupo vendem a sua força produtiva para as pessoas do 1º grupo. Com a desigualdade nas relações de trabalho e na divisão da riqueza produzida, o 1º grupo acumula ainda mais capital.
Marx considerava as classes como um fenômeno social de motivação econômica. Nesse sentido, o conflito entre elas também é de natureza econômica.
Dimensão política
Para Marx, a classe social também tem uma dimensão política. Isso porque a promoção de mudanças sociais ocorre por meio de uma ação coletiva.
Em resumo, na teoria marxista, as classes sociais são grupos de pessoas que com uma posição similar nas relações de produção.
Já a estrutura de classes tem como característica o antagonismo entre elas. Dessa forma, a classe burguesa tem o monopólio do poder econômico, político e cultural.
Com isso, essa classe dissemina na proletária uma ideologia que é uma distorção da realidade. Logo, as pessoas são levadas a acreditar que as desigualdades são naturais e não podem ser diminuídas.
Por outro lado, mudanças sociais podem ocorrer se a classe proletária desenvolver uma consciência de classe e se organizar politicamente.
Por fim, Marx avaliava ainda que a vitória da classe operária resultaria no fim do capitalismo. Dessa forma, isso daria lugar a uma sociedade igualitária.
Classe social para Max Weber
Max Weber (1864-1920) não tinha como base apenas o critério econômico para definir o que é classe social.
Desse modo, para ele a posição social de uma pessoa era o resultado de 3 fatores:
- o status (honra, prestígio);
- a riqueza (renda, posses);
- o poder, isto é, a influência em outros segmentos da sociedade.
Contudo, Weber não minimizava o peso do aspecto econômico. Na verdade, esse é o fator que gera uma “situação de classe”.
Nela, o grupo têm condições parecidas em relação a poder aquisitivo de bens materiais e simbólicos. No entanto, a renda não é o único aspecto a ser levado em conta.
Isso porque, para Max Weber, o status remete a uma dimensão subjetiva, simbólica e cultural.
Em resumo, Weber acreditava que as sociedades são divididas em estratos. Além disso, a posição das classes é definida por renda, poder e status.
Sendo que o status é algo típico da estratificação social. Por meio dele, as pessoas que ocupam certa posição têm tratamento de honra e privilégios.
Classe social para Durkheim
Èmile Durkheim (1858-1917) focou em estudar a divisão social do trabalho. Em seu livro ele defendeu a ideia da predominância do coletivo sobre o indivíduo.
Isso porque ele acreditava que a divisão do trabalho resulta em uma solidariedade entre aqueles que desempenham a mesma função.
Com isso, nasce um sistema de direito e deveres entre essas pessoas que desempenham a mesma função.
Na dinâmica da sociedade e de seus sistema de valores, às atividades laborais são tidas como mais ou menos importantes.
Com base nessa escala de valor, são definidos os grupos sociais que Marx chamava de classes e Weber chamava de grupos de status.
Vale destacar que, para Durkheim, a divisão do trabalho tem como base os princípios morais, e não econômicos. Portanto, o seu impacto na vida social é mais moral que econômico.
Além disso, de acordo com Durkheim, os grupos sociais obtêm status, honraria ou prestígio por causa das posições profissionais que são mais valorizadas nas sociedades.
Estratificação social
Estratificação social são conceitos que buscam explicar como as sociedades são divididas. Neste caso, a divisão é feita com base na sobreposição de fatores como:
- a renda;
- o poder político;
- a profissão;
- o prestígio;
- a bagagem cultural;
- a profissão;
- os hábitos de consumo.
Sendo assim, a classe social é uma divisão predominantemente econômica. Mas a estratificação social não.
Isso porque ela engloba aspectos culturais, subjetivos, que geram sentimento de pertencimento a posições sociais.
Além disso, a estratificação envolve o conceito de status desenvolvido por Weber, que aponta o prestígio de grupos tendo como base o conhecimento que eles dispõem, na atividade honrosa que exercem, na influência que detêm e etc.
Classe social no Brasil
A mobilidade social é possível em sociedades capitalistas por alguns fatores, tais como:
- ampliar a escolaridade;
- galgar uma ocupação de trabalho prestigiada;
- ter participação política.
Contudo, a estrutura social diminui as chances de que a mudança de classe seja alcançada por meio do estudo, da profissão ou da conquista de direitos. Isso ocorre, sobretudo, em economias emergentes como a do Brasil.
Além disso, fatores como gênero e etnia também entram nessa equação e complicam a mudança de classe.
Por exemplo, uma mulher negra, pobre e com ensino fundamental incompleto tem menos chances de ascensão social do que um homem branco, com ensino superior e rico.
É preciso levar em conta ainda o fato de que o Brasil é o segundo país mais desigual do mundo. Ele fica atrás somente do Catar.
Para você ter uma ideia, 1% da população do Brasil concentra 23,2% da renda total declarada no Imposto de Renda.
De acordo com dados da FGV Social, no ano de 2018, o percentual de famílias ricas e de classe média alta (A e B) no Brasil era de 14,4%. Isso corresponde a cerca de 30 milhões de pessoas.
Vale destacar que a escolaridade média desse grupo é de 13,2 anos contra 8,7 da média brasileira. Além disso, esse grupo concentra a maior quantidade de empregadores, empresários e comerciantes.
Sendo assim, esse grupo tem uma uma taxa de empreendedorismo de 12,9% contra 4,8% da média da população.
Classe social para o IBGE
O IBGE usa a definição de classe social que tem como base a faixa salarial. Dessa forma, a renda se divide em cinco classes:
- A (acima de 20 salários mínimos);
- B (10 a 20 salários mínimos);
- C (4 a 10 salários mínimos);
- D (2 a 4 salários mínimos),
- E (até 2 salários mínimos).
Por outro lado, a Abep – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa tem uma metodologia conhecida como Critério Brasil.
Em síntese, ela leva em conta não apenas a renda, mas também a escolaridade e as características domiciliares que mensuram o grau de conforto e também a escolaridade.
Dessa maneira, cada item somado gera uma pontuação enquadrada nas classificações: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D e E.
Enfim, gostou de aprender o conceito de classe social? Então aproveite para aprender também o que é ética.
Fontes: Wikipédia, Info Escola, Significados, Mundo educação, Brasil Escola, Boi Tempo, Toda Matéria e Blog do Enem.