A humanidade sempre foi marcada por conflitos entre nações, seja por disputas territoriais, étnicas, políticas ou ideológicas. Tais manifestações resultaram na formação de batalhas e guerras mundialmente conhecidas e que criaram artefatos altamente devastadores como, por exemplo, a bomba de hidrogênio.
Também denominada bomba H ou bomba de fusão, essa produção é o que de mais potente o homem já inventou em toda a história. Em comparação à bomba atômica, sua força pode alcançar 50 vezes mais.
Saiba mais abaixo para que serve uma bomba de hidrogênio, como foi criada e quando é utilizada.
Surgimento da bomba de hidrogênio
A ideia de construção da bomba de hidrogênio partiu do físico Edward Teller, apelidado de Dr. Morte, com o objetivo de investir em um artefato que teria potencial de destruição infinitamente maior do que as bombas lançadas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial: Hiroshima e Nagasaki.
O cientista já havia trabalhado no Projeto Manhattan, que construiu essas bombas.
Esse projeto atuou na criação da bomba atômica durante a década de 40 e contou com a participação também do físico Philip Morrison, que projetou a criação dos reatores nucleares.
Nesse sentido, ocorreu em 1º de novembro de 1952 a primeira detonação de uma bomba de hidrogênio da história do Atol de Enewetak, isto é, nas Ilhas Marshall. Esse primeiro experimento foi realizado em uma ilha desabitada desde o fim da Segunda Guerra e teve como resultado a abertura de uma cratera de aproximadamente 2 quilômetros de diâmetro sobre o solo.
Ademais, concluiu-se que o poder de explosão do material seria 700 vezes maior que o poder lançado pela Bomba de Hiroshima, em outras palavras, 10 milhões de TNT explosivos.
Em seguida, os Estados Unidos iniciaram, já na década de 70, o trabalho de descontaminação no local, o que só foi concluído em 1980. Entre 1956 e 1957, 18 explosões foram registradas em nível experimental com a participação de norte-americanos, russos e ingleses.
Tais testes só cessaram em 1964, com a assinatura de um acordo de comprometimento para a não-realização de experimentos com bombas nucleares a céu aberto.
Como funciona?
A bomba de hidrogênio explode a partir do processo de fusão nuclear, que ocorre quando dois núcleos menores se unem e criam um núcleo maior e mais pesado, resultando na liberação de uma quantidade exorbitante de energia.
Assim, os isótopos de hidrogênio (H) – denominados deutério (H2) e trítio (H3) – acabam por se unir e formam núcleos de hélio com muita energia armazenada. Para se ter uma ideia, a massa atômica formada costuma ser até quatro vezes maior do que a do hidrogênio na fase inicial.
É justamente nesse ponto que está a diferença entre fissão e fusão nuclear. Enquanto a fusão é desencadeada através da união de átomos de hidrogênio, a fissão nuclear ocorre com a “quebra” de átomos pesados de urânio, resultando no mesmo processo de liberação de energia.
Todavia, essa reação ocorre somente em altíssimas temperaturas, próxima a 10 milhões de graus Celsius. Apesar disso, cientistas do mundo todo têm procurado conseguir essa fusão a temperaturas muito baixas, em um processo denominado fusão a frio. Até hoje ainda não foram obtidos resultados satisfatórios.
Capacidade de destruição
O impacto causado pela ação de uma bomba de hidrogênio é medido em megatons. Um megaton equivale a um milhão de toneladas de dinamite, enquanto a bomba atômica tem um poder de destruição que equivale a mil toneladas desse explosivo.
Para ter uma ideia dessa capacidade, é só relembrar que as bombas de Hiroshima e Nagasaki, lançadas pelos Estados Unidos para forçar a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, destruiu cidades inteiras.
Diferença entre bomba de hidrogênio e atômica
Em 2017, a Coreia do Norte pegou o mundo de surpresa ao anunciar ter realizado um teste com uma bomba de hidrogênio, em substituição aos seus experimentos com armas nucleares de primeira geração.
Mas qual a diferença entre esses dois métodos? O primeiro é o processo de detonação. A bomba atômica resulta da liberação de energia após a fissão, isto é, separação dos núcleos de um elemento químico pesado, como o plutônio, por exemplo.
Após esse processo de desenvolvimento, os Estados Unidos ainda foram mais longe. O país criou uma arma a partir da bomba atômica, porém com uma força de explosão infinitamente superior. Era a bomba termonuclear, bomba H ou bomba de hidrogênio.
Contudo, seu processo de detonação ocorre em várias etapas, com início na detonação de uma bomba atômica. Essa primeira explosão cria energia suficiente para aproximar dois núcleos leves, originando um segundo estágio de fusão nuclear, isto é, de isótopos de hidrogênio.
E aí, gostou de saber mais sobre o processo de fabricação e explosão de uma bomba de hidrogênio? Então, confira mais sobre o processo de Fusão Nuclear.
Fontes: Toda Materia, Infoescola, Brasil Escola, DW, G1 Globo
Imagens: Super Interessante, Magnus Mundi, Biologia Total, BBC News Brasil