Os aracnídeos são animais invertebrados, encontrados em todos os ambientes do planeta. A princípio, você deve imaginar que são aranhas. Acertou, mas não são só aranhas.
Além delas, os escorpiões, ácaros e carrapatos também estão inclusos nesse grupo. Por isso, os estudiosos da área passaram a utilizar a expressão ‘Quelicerados’ para se referir aos aracnídeos como um todo.
Em síntese, as quelíceras são garras ou pinças ao redor da boca para manipular os alimentos, considerado como uma característica marcante da classe Arachnida.
Dessa forma, são diferentes dos demais artrópodes, já que não possuem antenas ou mandíbulas. Ao contrário dos insetos, crustáceos e lacraias, que são chamados de mandibulados.
Em geral, os aracnídeos vivem em ambientes quentes, úmidos e escuros. Por exemplo, embaixo de pedras, dentro de troncos e superfícies onde possam se esconder.
Sendo assim, é interessante entender como funcionam as partes do corpo dessa classe, bem como as características, reprodução e ciclo de vida da espécie.
Características físicas
Os aracnídeos são considerados artrópodes terrestres e predadores, com exceção do ácaro Hydracarina de água doce e marinha, como também os parasitas de plantas e animais.
Com até cinco pares de olhos simples, as aranhas e os escorpiões têm dificuldades de interpretar imagens, mas conseguem identificar movimentos muito bem. Por isso, gostam de presas vivas.
Do mesmo modo, os pelos das aranhas e dos escorpiões são sensoriais, e existe um motivo importante para algumas espécies serem peludas.
Além disso, não têm antenas, por isso os pelos funcionam como mecanismo para percepção da existência de presas e inimigos. As patas detectam as vibrações, daí o dito popular de que as aranhas ouvem pelas patas.
- Quelíceras: As aranhas usam como ferrões de veneno, os escorpiões como pinças para agarrar presas, e os ácaros e carrapatos utilizam como estiletes perfurantes;
- Pedipalpos ou palpos: Para as aranhas são órgãos sensoriais com função de acasalamento, os escorpiões usam como pinças para capturar presas, e os ácaros e carrapatos utilizam como filamentares simples.
- Patas: Todos os aracnídeos têm quatros pares de patas;
- Abdome: As aranhas possuem a fiandeira, os escorpiões os pentes e os ácaros e carrapatos não tem apêndices;
- Pós-abdome: As aranhas, os ácaros e carrapatos não possuem essa característica. Apenas os escorpiões têm seis artículos, sendo o último o ferrão.
Anatomia dos aracnídeos
Os aracnídeos respiram pelas filotraqueias, também chamados de pulmões foliáceos. O ar que entra e sai é formado pelas lamelas irrigadas com o estigma.
No caso das aranhas, elas respiram pelas filotraqueias e também pelas traqueias, assim como os insetos. Lembrando que todos os aracnídeos possuem quatro pares de patas.
O sistema nervoso dos aracnídeos se expande no gânglio maior, acima do esôfago. Em geral, o abdome dos aracnídeos não tem apêndices. Com exceção do escorpião, que tem um par de apêndices sensoriais, chamado de pente, no início do pré-abdome.
- Aranhas: Possuem quelíceras, pedipalpo, Cefalotórax, Abdome, quatro pares de patas, olhos, orifício anal e fiandeiras;
- Escorpiões: Eles possuem pedipalpo, quelíceras, cauda com ferrão, abdome, pós-abdome e quatro pares de patas;
- Ácaros e Carrapatos: Possuem estrutura única de cafalotórax e abdome.
Alimentação dos aracnídeos
Basicamente, as aranhas e os escorpiões são carnívoros, sendo assim, se alimentam de outros artrópodes e animais menores. Não são todas as espécies que possuem glândulas de veneno para paralisar as presas, portanto as aranhas utilizam as quelíceras e os escorpiões o aguilhão (télson), o ferrão da calda.
A digestão dos aracnídeos é extracorpórea, ou seja, liberam enzimas digestivas nos tecidos dilacerados das presas. Dessa forma, o alimento se torna líquido para que seja sugado ainda fora do corpo do predador.
Em seguida, os restos são descartados através do ânus. Em suma, esses animais possuem túbulos de Malpighi e glândulas coxais na base das pernas para excreção.
Os carrapatos são parasitas e se alimentam do sangue das vítimas. Já os ácaros comem restos de alimentos, pele morta (de escamação), dentre outros. O veneno dos aracnídeos não costuma ser fatal ao ser humano. Apesar de existirem espécies muito perigosas, os casos de morte ainda são baixos. Afinal, existem soros contra a picada dos aracnídeos.
Reprodução
Os aracnídeos são animais de sexos diferentes, separados por macho e fêmea. Todavia, a fecundação acontece de maneira interna, já que esses animais não possuem pênis para introduzir espermatozoides nas fêmeas. Nesse sentido, os machos são menores que as fêmeas.
Basicamente, os machos de aranhas desenvolvem uma dilatação bulbosa para armazenar os espermatozoides e utilizam os pedipalpos para fecundar na fêmea. Posteriormente, as fêmeas guardam os ovos fecundados no interior de uma teia de aranha. Porém, a espécie de aranha chamada Viúva Negra mata os machos após o acasalamento.
Já no caso dos escorpiões, a fêmea é vivípara, aquela que carrega os ovos fertilizados dentro do corpo. Ao passo que, a mãe expele os filhotes e os carrega nas costas, até passarem pela primeira muda.
5 tipos de espécies de Aracnídeos
1. Armadeira
A aranha armadeira pode chegar até 17cm de comprimento na fase adulta, incluindo as pernas. Somente o corpo mede de 4 a 5cm.
Uma curiosidade sobre essa espécie de aracnídeo é que elas não fazem teias, são solitárias e gostam de vegetações. Elas são muito agressivas, como também ficam em posição de ataque quando se sentem ameaçadas.
A picada pode ser fatal para crianças menores de 7 anos. O sintoma mais forte é a dor intensa no local da picada. O tratamento é a aplicação de anestésico ou soro antiaracnídeo.
2. Escorpião Amarelo
Primeiramente, esse escorpião é um aracnídeo muito encontrado no território brasileiro. Logo, é comum serem causadores de acidentes domésticos. Além disso, o veneno é altamente fatal, já que atinge o sistema nervoso e causa parada respiratória.
Apesar de muito dolorida, a picada não deixa marcas. Assim, eles possuem como característica física, o corpo negro, mas com extremidade e cauda amarelas.
3. Dermatophogoides farinae
Essa é uma espécie de ácaro encontrada na natureza, mas também muito comum em ambientes domésticos, como colchões, travesseiros, carpetes e roupas de cama.
Ás vezes, são os principais causadores de reações alérgicas nos seres humanos. Na maioria da pessoas, ela se manifesta pelas crises de asma, rinite alérgica e manchas na pele.
Por outro lado, você sabia que existem duas espécies de ácaros que habitam em nosso rosto? São eles: Demodex folliculorum e o Demodex brevis. Contudo, eles não prejudicam a saúde humana, apenas consomem a pele morta e bactérias nocivas.
4. Carrapato Maculosa
Antes de mais nada, esse é um dos tipos de carrapato mais perigosos para cães. A espécie de aracnídeos transmite vários tipos de doenças e chegam ao tamanho de um grão de feijão.
De forma geral, são marrons, com formato do corpo parecido com uma estrela. Por isso, também são conhecido como carrapato-estrela.
Ainda mais, é muito resistente. Portando, se adapta ao interior de uma casa muito facilmente, com alta intensidade de reprodução na vegetação. As larvas são deixadas na grama ou pastos, muito comuns no outono.
5. Caranguejeiras
As caranguejeiras chamam a atenção pelo tamanho, elas podem chegar a 28 centímetros com as pernas esticadas. Talvez, um pouco maior um prato de refeição.
Apesar de serem gigantes, não representam risco para as pessoas, elas apenas soltam cerdas que irritam a pele e causam alergia.
O incrível é que uma fêmea dessa espécie pode viver até cerca de 25 anos, além de trocar de pele uma vez ao ano. Ainda mais, elas possuem dois pares de pulmões, diferente das outras aranhas.
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Fontes: Sobiologia, Toda Matéria, InfoEscola, Biologia Net, Perito Animal, Ecycle, Gauchazh
Imagens: Oficina da Net, Agência Brasil, O Estado MS, O Regional, InfoEscola, Revista Planeta, Agência Estadual de Notícias, Supersanit, Globo, Flickr, Portal G1