Fernando Collor foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto no Brasil, após a Ditadura Militar. Então Collor representava a esperança concreta dos brasileiros numa redemocratização efetiva. Só que o sonho se tornou pesadelo ainda no início do seu mandato.
Com o fim da Ditadura Militar (1964-1985), o Brasil finalmente conseguiu eleger um presidente, ainda que pelo voto indireito. Era Tancredo Neves, que não pôde tomar posse, já que faleceu acometido por grave enfermidade. Assumiu então José Sarney, vice-presidente eleito.
Durante o mandato de José Sarney, o Brasil finalmente ganhou uma nova Constituição capaz de garantir uma série de direitos aos cidadãos e estabelecer as tão almejadas eleições diretas. O primeiro presidente eleito diretamente pelo povo, após o período da ditadura militar, foi Fernando Collor de Mello (1989).
Início da vida política
Collor foi prefeito de Maceió, deputado federal e governador de Alagoas. Para se candidatar a presidente da República, criou a imagem de ser caçador de marajás. Ele prometia acabar com os privilégios de funcionários públicos que ocupavam cargos com altos salários (os marajás).
Saiu candidato pelo inexpressivo PRN (Partido da Reconstrução Nacional), associado a partidos de corte liberal e progressista e contra os partidos de esquerda, como o PDT (Partido Democrático Trabalhista) e o PT (Partido dos Trabalhadores), que, respectivamente, lançaram Lionel Brizola e Luís Inácio “Lula” da Siva. Venceu o pleito em segundo turno contra Lula.
A frustração logo tomou conta do Brasil
Collor tomou posse em 15 de março de 1990 e no dia seguinte implementou o chamado Plano Collor. Era um programa econômico que tinha por objetivo parar a inflação, que chagava a 80% ao mês desde o governo de José Sarney. A principal medida desse plano consistia em bloquear as cadernetas de poupança acima de 50 mil cruzeiros.
Com essa medida, a Ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello acreditava que seria possível estabilizar o valor da moeda e combater a inflação. Mas não houve a recuperação econômica prevista e o governo precisou tomar outras medidas. Houve então o congelamento de preços e salários e elevação da carga tributária.
Só que isso também não surtiu o efeito esperado. Ao primeiro Plano Collor, nos anos seguintes, seguiram o “Plano Collor II” e o Plano Marcílio.
Fernando Collor e o 1º impeachment
O Plano de Reconstrução Nacional previa também a criação de uma nova moeda (Cruzeiro), e embora tenha conseguido conter a inflação por certo período de tempo, o plano gerou grande descontentamento na população. Ao mesmo tempo em que a popularidade do presidente caia, um grave escândalo surgia.
Em 1992, seu próprio irmão mencionou a existência de um esquema de corrupção. Isso resultou na abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias.
Com a frustração geral crescendo, diversos setores da sociedade manifestaram apoio ao afastamento de Collor. Os caras pintadas (de verde e amarelo), que eram estudantes secundários e universitários, encabeçaram grandes passeatas em prol do impeachment do presidente.
Em 29 de setembro de 1992, o Congresso Nacional decidiu pelo afastamento de Fernando Collor de Mello, que renunciou ao mandato em 30 de dezembro do mesmo ano.
Um presidente inexperiente e sem apoio no Congresso Nacional
Nenhuma das denúncias que motivaram o impeachment de Collor foi comprovada. E 22 anos depois de ser afastado da presidência, ele foi finalmente absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. Isso comprova que o afastamento de Collor foi motivado por sua inexperiência.
Tomou posse como presidente com 41 anos de idade e achou que podia governar sem o apoio do Congresso Nacional. Mas quando o povo foi para a rua contra ele, não teve como se firmar nos deputados e senados que tanto negligenciou.
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Fonte: Info Escola, Mundo Educação, Escola Kids, Estudo Prático, Politize!.