Violência urbana – História, principais motivos e como combatê-la

A violência urbana cresceu com o êxodo rural, se espalhou pelo país e prendeu o cidadão na própria casa, mas só se resolverá quando se investir na educação.

Conheça a violência urbana, saiba quais seus motivos e como combatê-la

A violência urbana é um fenômeno social em que os indivíduos desrespeitam os ditames da lei e se portam à margem da sociedade. Com isso os bens públicos e particulares são atacados, como também a vida é relativizada.

Suas causas são complexas, mas podem ser encontradas no êxodo rural e na precária infraestrutura nas cidades. Some-se a isso a exclusão socioeconômica, a falta de dinheiro, o desemprego, além das drogas ilícitas.

E onde o Estado não se faz presente, assume seu lugar alguma facção criminosa. Grandes centros urbanos são hoje dominados por poderosas organizações voltadas para o crime. A solução para o problema não está na construção crescente de presídios, mas sim de escolas.

Contexto Histórico

No transcorrer da segunda metade no século XX, o Brasil sofreu o fenômeno chamado êxodo rural. É que o homem do campo migrou para a cidade na busca de melhores condições de vida. Ocorre que as cidades não dispunham de infraestrutura suficiente para acolher os novos moradores.

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Houve então a institucionalização de pessoas, posto que se passou a rotulá-las de desempregadas, marginais e por aí vai. Forçado a migrar para a periferia, esse grupo se viu envolvido num ambiente violento e desalentado.

Volta e meia os bolsões da violência urbana explodem, por isso o governo é forçado a medidas extremas. Tropas de choque invadem as comunidades, trocam tiros com líderes de gangues e expõem os moradores ao risco de vida.

Ocorreu então a generalização da violência urbana, que deixou de ser um fenômeno pontual. Com o tempo ela se espalhou por todas as cidades, ocorrendo dos bairros mais miseráveis aos mais abastados.

O papel da droga ilícita na violência urbana

Infelizmente, na atualidade as drogas ilícitas são as maiores responsáveis pelo crescimento da violência urbana. Com a proliferação de substâncias entorpecentes como o crack, que é barato e altamente viciante, surgiu uma geração de zumbis pelas ruas.

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Depois que a pessoa se vicia, vem um desespero imenso para se obter mais drogas. É aí que aparece a violência urbana, posto que para adquirir o produto será preciso cometer crime. Os assaltos e furtos têm geralmente origem na necessidade de se adquirir mais drogas.

No outro extremo, quem não consegue quitar sua dívida com o traficante, morre violentamente assassinado. E o número de homicídios cresce assustadoramente, principalmente na disputa por territórios entre traficantes.

No meio desse mercado terrível das drogas, o cidadão comum se vê acuado e amedrontado. Muito mais que nas ruas, a violência urbana está na mente das pessoas. Isso faz com que os muros das casas sejam cada vez mais altos, e sobre eles ofendículos estão expostos.

As pessoas que são invisíveis

A invisibilidade é um fator que causa indignação e provoca revoltas, aumentando a violência urbana. No tempo em que o homem vivia no campo, era comum se conhecer o vizinho e com ele manter laços de afeto.

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Na zona urbana, no entanto, essa realidade é bem diferente, posto que as pessoas não se enxergam mais. Embora se encontrem próximas umas das outras, há entre elas um distanciamento em termos de relação social.

Pessoas que não conseguem manter um padrão mínimo de consumo são excluídas, ignoradas e esquecidas. Tudo isso acaba revoltando o esquecido pelo capitalismo, o que leva a medidas extremas, como a depredação.

O distanciamento entre o centro e a periferia

Na generalidade das cidades grandes, o poder público investe mais nos bairros centrais, já que a periferia nunca é prioridade. As amplas avenidas com bom saneamento se contrapõem às vielas sujas e doentes.

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Os bairros nobres têm uma estrutura invejável de primeiro mundo, com espaços para lazer e facilidades de trabalho. Já na periferia há esgoto a céu aberto, falta asfalto e as oportunidades de emprego são escassas.

Quando o morador periférico se descoloca para o centro, descobre que não é qualificado para as vagas de trabalho ali oferecidas. Isso cria um certo estigma e dificulta a inserção social desses indivíduos.

A violência doméstica e familiar no Brasil

Outra forma de violência urbana que cresce acentuadamente é a violência doméstica e familiar. Geralmente a mulher é vítima de seu companheiro, já que ele está dentro do lar e a impede de ser socorrida.

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Não faz muito que a cultura machista impedia que a mulher se sentisse amparada. Quando finalmente ela chegava numa delegacia de polícia, não raramente sofria chacotas dos policiais. Essa realidade começou a mudar com a entrada em vigor da lei nº 11. 340/2006. É a Lei Maria da Penha, que passou a pôr detrás das grades o companheiro agressor.

Só que apenas uma lei não mudará a realidade da violência urbana nesse aspecto. Será preciso uma mudança de mentalidade, o que só virá mesmo com a educação.

Como resolver a questão da violência urbana?

Já deu para notar que pôr o Exército na rua não vai mudar a situação da violência urbana brasileira. Isso porque não se trata de um inimigo que está em campo aberto e pronto para o combate. O que se vê são bolsões de conflitos entremeio a locais onde milhares de pessoas moram.

Conheça a violência urbana, saiba quais seus motivos e como combatê-la

A solução só virá com o investimento em educação. Não há outro caminho a ser seguido, posto que combater violência com violência não trará resultado algum. É preciso investir em escolas, salários dignos para professores e melhorias da infraestrutura.

Somente no futuro poderemos colher os frutos de um mundo melhor, diminuindo os níveis da violência urbana. Se o Estado não cuidar da formação dos cidadãos do porvir, no futuro será impraticável continuar a morar neste país.

Leia também sobre os movimentos sociais, como surgiram? Definição, história e objetivos.

Fonte: Wikipédia, Stoodi, Toda Matéria, Alunos Online, Imagine, Mundo Educação, Brasil Escola, Significados, Scielo, Carta Forense, GauchaZH.

Fonte das imagens: Carta Capital, Piterest, Coordenadas, Notícias R7, Hélio Wirbiski, Canção Nova, SEBRAE.

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