Vermes: o que são, tipos, principais verminoses

Os vermes podem ser microscópicos ou atingir metros. Descubra os tipos, doenças, sintomas e tratamentos das doenças causadas por eles.

Você sabia que microrganismos são capazes de nos atacar? Aliás, até nos levar a morte? Nesta matéria vamos falar de vermes, que podem ser minúsculos, ou até chegar a metros de comprimento. Vamos começar desde suas características cientificas, até o que podem causar nos seres vivos. Principalmente, nos seres humanos.

Primeiramente, verme é um nome popular. Em síntese, cientificamente, eles são seres vivos pluricelulares que, por sua vez, pertencem aos filos platelmintos e nematelmintos, do reino Metazoa. Possuem corpos em um formato tubular alongado. Outros, podem ser achatados (platelmintos) ou cilíndricos (nematelmintos).

Além disso, alguns vermes possuem vida livre, podendo viver no mar, nos rios ou mesmo na terra. Mas os mais conhecidos são os famosos parasitas, que, por sua vez, vivem às custas de um hospedeiro. Vale lembrar que, quando um verme se hospeda em um animal, ele causa doenças infecciosas e parasitarias.

Metropoles

O que são os vermes?

Verme é um termo genérico usado para descrever organismos que pertencem ao reino animal e possuem corpos alongados e geralmente cilíndricos. Esses organismos podem ser parasitas ou não parasitas, e podem ser encontrados em diferentes habitats, como solo, água doce e água salgada.

Porém, nem todos os vermes são prejudiciais ou causam doenças em humanos. Na verdade, muitos vermes desempenham papéis importantes no ecossistema e podem até ser benéficos para a saúde, como as minhocas, que auxiliam na decomposição da matéria orgânica.

Assim, no contexto de saúde humana, os vermes parasitas podem causar doenças conhecidas como helmintíases, que podem afetar diferentes partes do corpo e causar uma variedade de sintomas. Nesse sentido, o diagnóstico e o tratamento adequados dessas doenças devem ser realizados por profissionais de saúde qualificados.

Tipos de vermes

Platelmintos (vermes chatos)

Vermes: o que são, tipos, principais verminoses
Brasil Escola
  • Exemplos: tênia (Taenia solium) e esquistossomo (Schistosoma mansoni).
  • Características: Possuem corpo achatado e segmentado.
  • Ciclo de vida: Podem ter ciclos de vida complexos, envolvendo hospedeiros intermediários, como animais ou caramujos de água doce.
  • Infecção em humanos: Geralmente ocorre por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados ou pelo contato com águas infestadas por larvas do parasita.
  • Doenças associadas: Teníase (infecção por tênia) e esquistossomose.

Nematelmintos (vermes cilíndricos)

Vermes: o que são, tipos, principais verminoses
Cola Na Web
  • Exemplos: verme da lombriga (Ascaris lumbricoides) e verme do ancilóstomo (Necator americanus).
  • Características: Possuem corpo cilíndrico e não segmentado.
  • Ciclo de vida: Podem ter ciclos de vida diretos, sem a necessidade de hospedeiros intermediários.
  • Infecção em humanos: Geralmente ocorre pela ingestão de ovos do parasita presentes em alimentos ou água contaminados ou pela penetração das larvas através da pele em contato com solo contaminado.
  • Doenças associadas: Ascaridíase (infecção por lombriga), ancilostomose e enterobiose (infecção por oxiúros).

Principais doenças causadas pelos vermes

Vermes: o que são, tipos, principais verminoses
Mundo Educação

Ascaridíase

  • Sintomas: Dor abdominal, diarreia, perda de peso, falta de apetite, tosse, febre (em casos mais graves).
  • Parasita: Ascaris lumbricoides.
  • Diagnóstico: Exame de fezes para identificação dos ovos do parasita.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Higiene adequada das mãos, ingestão de água potável e alimentos devidamente higienizados.

Ancilostomose

  • Sintomas: Anemia, fadiga, fraqueza, dor abdominal, diarreia, perda de peso, irritação cutânea.
  • Parasita: Ancilostomídeos (Ancylostoma duodenale e Necator americanus).
  • Diagnóstico: Exame de fezes para identificação dos ovos do parasita.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Higiene adequada das mãos, uso de calçados em áreas de solo contaminado, tratamento de áreas infectadas no solo.

Filariose

  • Sintomas: Inchaço dos membros (elefantíase), febre, dor nas articulações, mal-estar geral.
  • Parasita: Filárias (Wuchereria bancrofti, Brugia malayi, Brugia timori).
  • Diagnóstico: Exame de sangue para detecção de microfilárias do parasita.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Controle do vetor (mosquito), uso de medidas de proteção individual contra picadas de mosquitos.

Esquistossomose

  • Sintomas: Febre, calafrios, tosse, diarreia, dor abdominal, hepatomegalia (aumento do fígado), esplenomegalia (aumento do baço).
  • Parasita: Schistosoma mansoni, Schistosoma japonicum, Schistosoma haematobium.
  • Diagnóstico: Exame de fezes ou urina para identificação dos ovos do parasita.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Melhoria das condições de saneamento básico, controle do vetor (caramujos), evitar contato com água contaminada.

Giardíase

  • Sintomas: Diarreia, dor abdominal, flatulência, náuseas, perda de peso, fadiga.
  • Parasita: Giardia lamblia.
  • Diagnóstico: Exame de fezes para identificação dos cistos ou trofozoítos do parasita.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Higiene adequada das mãos, ingestão de água filtrada

Oxiuríase

  • Sintomas: Coceira intensa na região anal, especialmente à noite, irritação na pele ao redor do ânus, dificuldade para dormir.
  • Parasita: Enterobius vermicularis (verme-oxiúro).
  • Diagnóstico: O diagnóstico geralmente é feito através da identificação dos ovos do parasita em exames de fita adesiva aplicada na região anal.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários específicos, prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Higiene adequada das mãos, especialmente após usar o banheiro, manter as unhas curtas e limpas, lavar roupas de cama e roupas íntimas regularmente.

Cisticercose

  • Sintomas: Os sintomas variam dependendo da localização das larvas na pessoa infectada e podem incluir convulsões, dores de cabeça, náuseas, problemas de visão e alterações neurológicas.
  • Parasita: Taenia solium (tênia).
  • Diagnóstico: O diagnóstico pode ser feito através de exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), além de exames de sangue específicos.
  • Tratamento: O tratamento envolve o uso de medicamentos antiparasitários e, em alguns casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica para remover cistos.
  • Profilaxia: Medidas de higiene adequadas, como lavar as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro, evitar o consumo de carne de porco crua ou mal cozida e tratamento adequado dos indivíduos infectados e dos animais.

Teníase

  • Sintomas: Geralmente assintomática. Em casos mais graves, pode ocorrer dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de peso e diarreia.
  • Parasita: Taenia solium (tênia) ou Taenia saginata (tênia do boi).
  • Diagnóstico: O diagnóstico é feito através da identificação dos proglotes (segmentos) do parasita nas fezes do indivíduo infectado.
  • Tratamento: Uso de medicamentos antiparasitários específicos, prescritos pelo médico.
  • Profilaxia: Medidas de higiene adequadas, como lavar as mãos antes das refeições e após o uso do banheiro, evitar o consumo de carne crua ou mal cozida, inspeção adequada dos alimentos e tratamento adequado dos indivíduos infectados.

Exercícios sobre vermes

Questão 1. ENEM/2015

Euphorbia mili é uma planta ornamental amplamente disseminada no Brasil e conhecida como coroa-de-cristo. O estudo químico do látex dessa espécie forneceu o mais potente produto natural moluscicida, a miliamina L. (MOREIRA. C. P. s.; ZANI. C. L.; ALVES, T. M. A. Atividade moluscicida do látex de Synadenium carinatum boiss. (Euphorbiaceae) sobre Biomphalaria glabrata e isolamento do constituinte majoritário. Revista Eletrônica de Farmácia. n. 3. 2010 (adaptado).

O uso desse látex em água infestada por hospedeiros intermediários tem potencial para atuar no controle da:

a) dengue

b) malária

c) elefantíase

d) ascaridíase

e) esquistossomose

Resposta: e)

Devido às propriedades moluscicidas do látex, é possível controlar doenças transmitidas por moluscos vetores. Entre essas doenças, destaca-se a esquistossomose, na qual o parasita Schistosoma mansoni se aloja nos caramujos do gênero Biomphalaria, que atuam como vetores da doença. A capacidade do látex em combater esses moluscos torna-se uma ferramenta eficaz no controle da disseminação da esquistossomose.

Questão 2. UFPR/2011

A esquistossomose é uma doença parasitária considerada grave, por ser a que mais causa morte em humanos dentre as causadas por organismos multicelulares. Uma forma de se combater essa doença é o controle biológico pelo uso de peixes como o tambaqui.

De que maneira esse peixe ajuda a combater a doença em humanos?

a) O peixe serve como o hospedeiro definitivo do verme da esquistossomose, do gênero Schistosoma, no lugar do homem.

b) O tambaqui se alimenta da cercária, forma do parasita que infecta ativamente o humano.

c) O miracídio, forma que infecta o caramujo (hospedeiro intermediário), passa a infectar o peixe e nele não consegue completar seu ciclo vital.

d) O caramujo (hospedeiro intermediário) é comido pelo peixe, e o parasita não tem como completar seu ciclo de vida.

e) O peixe e o caramujo (hospedeiro intermediário) competem pelos mesmos recursos naturais e o primeiro elimina o segundo por competição.

Resposta: d)

O tambaqui, entre outros peixes, possui uma dieta composta por pequenos moluscos. Isso faz com que ele possa ser utilizado como uma forma de controle biológico em lagos e represas que abrigam populações de caramujos, especialmente do gênero Biomphalaria, que são vetores responsáveis pela transmissão da esquistossomose. Esses peixes atuam como predadores naturais dos caramujos, auxiliando na redução da população desses organismos e, consequentemente, na diminuição do risco de transmissão da doença. Essa abordagem baseada no controle biológico mostra-se uma estratégia promissora para o manejo da esquistossomose em ambientes aquáticos.

Fonte: Quero Bolsa

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