Transamazônica, uma rodovia que não leva a lugar nenhum

A Rodovia Transamazônica foi um ambicioso projeto da época da Ditadura Militar, que visava assentar colonos na Floresta Amazônica.

Conheça a Transamazônica, uma obra faraônica da Ditadura Militar

A Rodovia Transamazônica, ou BR-230, foi construída durante a presidência de Emílio Garrastazu Médici. As obras começaram em 1969, só que se estenderam até 1972, sendo chamadas de “faraônicas”, devido à sua grandiosidade.

Realizada durante a Ditadura Militar, é a 3ª rodovia brasileira em extensão, posto que mede 4.260km. Ela liga as cidades de Cabedelo, na Paraíba, a Lábrea, no Amazonas.

Ela é tão grande que corta sete Estados, a saber: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas. Considerável parte dela ainda não é asfaltada, ficando praticamente intransitável no período das chuvas.

Contexto Histórico

A intenção de se construir a Transamazônica foi ligar a Região Norte com o restante do Brasil. Inicialmente era uma estrada bem planejada e que interligaria as regiões Norte e Nordeste, com o Equador e o Peru.

Conheça a Transamazônica, uma obra faraônica da Ditadura Militar

Os construtores da longa estrada perdiam a comunicação com seus familiares, num isolamento que podia durar meses. A chegada e a partida eram feitas em aviões pequenos e que pousavam em pistas improvisadas. Calcula-se que por volta de quatro mil trabalhadores tenham sido enviados à região para trabalhar na estrada.

Ela teria oito mil quilômetros asfaltados, só que foi inaugurada em 27 de agosto de 1972 ainda inacabada. Diante das muitas dificuldades enfrentadas e da falta de recursos, o trajeto foi diminuído para 4 977 km, até Benjamin Constant. No final das contas, no entanto, as obras se interromperam em Lábrea, no Amazonas, totalizando apenas 4.260km.

Informações Relevantes

A Transamazônica é considerada uma rodovia transversal, posto que corta o Brasil no sentido Leste-Oeste. Com 4.260km de extensão, é tida como a 3ª mais longa rodovia brasileira, ligando Cabedelo/PB a Lábrea/AM.

Ela passa por importantes cidades paraenses, como Altamira, Marabá e Itaituba. Na Paraíba, ela liga João Pessoa, Campina Grande, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras. Essas cidades têm um grande desenvolvimento econômico, além de propiciarem a circulação de mercadoria e de pessoas.

Conheça a Transamazônica, uma obra faraônica da Ditadura Militar

No trajeto pela Paraíba, a estrada tem 147,6 quilômetros de extensão asfaltados e duplicados. Essa excelente infraestrutura contribui para o escoamento das riquezas produzidas na região. Mas a parte que não está ainda pavimentada fica intransitável na época das chuvas, que é entre outubro e março.

A Transamazônica tem também um saldo negativo, posto que propiciou um genocídio de várias nações indígenas. Houve também um estímulo ao desmatamento, já que a região da estrada perdeu considerável cobertura vegetal.

Por que a Transamazônica é considerada um fracasso?

A Rodovia Transamazônica foi um ambicioso programa de desenvolvimento de reassentamento econômico. Só que para muitos é considerada um grande fracasso, tendo em vista o que nela se gastou e o resultado não alcançado.

Conheça a Transamazônica, uma obra faraônica da Ditadura Militar

O presidente Médici estava disposto a combater a miséria no Nordeste e para isso teria que promover uma reforma agrária. Criou então um Plano de Integração Nacional, dando prioridade à construção da Transamazônica. A intenção era instalar meio milhão de colonos na Floresta Amazônica.

Conheça a Transamazônica, uma obra faraônica da Ditadura Militar

O plano era assentar essa gente toda ao longo da rodovia, posto que viveriam em agrovilas construídas a cada 10Kms. Cada família receberia uma gleba de 100 hectares, além de um salário-mínimo por um tempo. Em contrapartida, teriam que transformar a floresta em terras agrícolas.

Ocorre que não se pensou na preservação ambiental, desconsiderando-se que a camada fértil do solo é estreita. Com a falta de nutrientes, o solo se esgotou com rapidez. Por outro lado, sem a cobertura da floresta, a erosão avançou e tornou a terra inútil. Some-se a isso a falta de pavimentação da estrada, que a tornava intransitável por metade do ano.

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Fonte: Wikipédia, Brasil Escola, Magnus Mundi, Resumo Escolar, Notícias, Latinoamericana, Brasil de Fato, Mpumalanga, Amazônia, Memorial da Democracia.

Fonte das imagens: Memorial da Ditadura, Zanella, Flickr, Memorial da Democracia, Orlando Brito.

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