Sabemos que os verbos compõem uma das classes gramaticais mais importantes da Língua Portuguesa. Dessa maneira, são inúmeras as variações pelas quais eles podem ser flexionados, com aplicações que abrangem desde o passado já finalizado como também o futuro de uma ação que se iniciou no passado. Todas essas classificações são subdivididas em tempos verbais.
De modo geral, os tempos verbais indicam em que momento a ação, estado ou fenômeno natural expressos pela unidade ocorreu, se foi no passado/pretérito, presente ou futuro.
Contudo, essas classificações estão longe de serem simples. Isso porque esses tempos verbais, além de definidos em simples ou compostos, ainda se encontram inseridos em três modos diferentes em que o verbo pode assumir diferentes funções. São eles: o modo indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
Os tempos verbais
O estudo das classes gramaticais na Língua Portuguesa recebe o nome de Morfologia, termo que de acordo com o grego significa “morphe” (morfo = forma) e (logos = estudo).
Nesse sentido, o verbo ocupa uma posição de destaque em virtude da sua importância para a estrutura da frase.
Desde que iniciamos os primeiros anos de ensino, o estudo da gramática e, mais precisamente, das classes gramaticais fazem parte da nossa rotina de estudos, ocupando o verbo uma posição de destaque.
Como resultado, tentamos aprender na prática como empregar os tempos e modos verbais de maneira correta, missão nada fácil diante da variedade de desinências que ocupam a parte final de cada termo.
Juntamente com essas classificações, estão os tipos de verbos conhecidos como regulares ou irregulares. Os regulares não sofrem modificações em seus radicais ao serem conjugados, enquanto os irregulares não obedecem a um modelo exclusivo de conjugação.
Por exemplo, o verbo cantar pode ser conjugado em tempo e pessoa sem que haja qualquer alteração em seu radical. Por outro lado, dar pode contar com diferentes aplicações a depender da forma como é empregado.
Ademais, compreender a estrutura de um verbo, auxilia na compreensão e interpretação de um texto, assunto esse não só cobrado em salas de aula e provas de vestibular, como também sendo de fundamental importância no contato com outras pessoas em seu cotidiano.
Por isso é tão comum ver pessoas de outros países tentando se adaptar ao idioma falado no Brasil e errando no momento de conjugar algum verbo. Da mesma forma, eles argumentam que, na língua inglesa por exemplo, é mais fácil aprender a praticar a língua, pois a variação entre as flexões é bem menor em quantidade.
Diferenças entre tempos verbais e modos verbais
Para compreender a diferença entre os dois conceitos, precisamos entender como os tempos verbais se ligam aos modos verbais e como diferenciar cada conceito.
Em primeiro lugar, os tempos verbais são presente, pretérito ou passado, e futuro.
Dessa forma, o presente ocorre no momento atual em que o verbo é colocado. Em segundo lugar, o passado coloca o sentido de que a ação já foi finalizada. Assim, o futuro seria o que ainda está por vir.
Entretanto, essas não são as únicas variações possíveis do verbo, que pode sofrer outros desdobramentos a depender não só do tempo, mas também do modo em que a sentença está aplicada.
Nesse sentido, os modos verbais são indicativo, subjuntivo ou imperativo. O indicativo exprime certeza sobre o que o verbo pretende colocar. Um exemplo: A criança leu o livro.
Por outro lado, o subjuntivo expressa possibilidades e desejos. Com o mesmo exemplo, a frase ficaria Tomara que a criança leia o livro. Além disso, no modo imperativo a ação expressa ordens ou pedidos. Então, a frase ficaria Por favor criança, leia o livro!
Em suma, um único verbo como ler, por exemplo, possui inúmeras variações que abrangem cada um dos tempos e modos, conforme será visto abaixo.
Tempos verbais do modo indicativo
O modo indicativo é o tempo verbal mais usado em nossa língua. Primordialmente, ele indica a ocorrência de uma ação certa ou precisa acerca de determinada pessoa, fato ou fenômeno.
Dessa forma, esse modo é essencial para que haja a coesão entre os diferentes componentes presentes em uma frase. Em outras palavras, é o verbo que comporta a parte principal de uma oração, determinada pelo sujeito e completada pelo verbo e por outros de seus complementos.
Presente do indicativo
Nos tempos verbais do modo indicativo, os verbos indicam certeza sobre o que está sendo dito. Quanto aos tempos simples, isto é, que possuem apenas um verbo, os tipos podem ser:
Nesse sentido, o presente indica que essa ação ocorre no mesmo tempo em que se fala.
- Rafael trabalha na empresa de seu pai
A conjugação foi na terceira pessoa do singular, já que o sujeito é ele. Sendo assim, as três pessoas do singular têm verbos com terminação em o, as e a.
Por outro lado, o plural conta com desinências mos, is e am, respectivamente.
- 1º pessoa do singular – Eu trabalho
- 2º pessoa do singular – Tu trabalhas
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalha
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalhamos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalhais
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalham
Pretérito perfeito do indicativo
Esse tempo verbal indica uma ação foi totalmente finalizada, isto é, concluída ainda no passado.
- Rafael trabalhou na empresa de seu pai
No exemplo, o verbo teve de concordar com o sujeito, isto é, ele – terceira pessoa do singular.
Dessa maneira, as três pessoas do singular contam com verbos com terminação em ei, aste e ou.
Em contrapartida, o plural conta com desinências mos, astes e am, respectivamente.
- 1º pessoa do singular – Eu trabalhei
- 2º pessoa do singular – Tu trabalhaste
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalhou
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalhamos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalhastes
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalharam
Pretérito imperfeito do indicativo
Esse tempo verbal indica que a ação teve início no passado, mas não foi inteiramente concluída. Dessa forma, exprime ideia de continuidade e duração no tempo.
- Antes do acidente, Rafael trabalhava na empresa do pai
- 1º pessoa do singular – Eu trabalhava
- 2º pessoa do singular – Tu trabalhaste
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalhou
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalhamos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalhastes
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalharam
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Esse tempo verbal indica uma ação anterior a outra que já foi concluída. Contudo, esse tempo é pouco usado e já caiu em desuso.
- Rafael trabalhara na empresa do pai antes de ser demitido
Assim sendo, as três pessoas do singular contam com verbos com terminação em ra, ras e ra.
Por outro lado, o plural conta com desinências mos, eis e am, respectivamente.
- 1º pessoa do singular – Eu trabalhara
- 2º pessoa do singular – Tu trabalharas
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalhara
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalháramos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalháreis
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalharam
Futuro do presente
Entre os tempos verbais, esse indica que uma ação ainda irá se realizar. Portanto, ela está inteiramente expressa em algo que irá acontecer.
- Rafael trabalhará na empresa do pai quando tiver idade para isso
Nesse caso, a ação terá início a partir de um determinado momento que também é citado na sentença.
Desse modo, as desinências no singular são ei, as, a. Enquanto isso, as três pessoas do plural terminam em mos, eis, ão
- 1º pessoa do singular – Eu trabalharei
- 2º pessoa do singular – Tu trabalharás
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalhará
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalharemos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalhareis
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalharão
Futuro do pretérito
Entre os tempos verbais, esse indica uma ação futura que expressa uma dúvida, surpresa ou indignação em relação a uma outra ideia que ocorreu no passado.
As desinências no singular são ia, ias, ia. Ademais, as terminações no plural são mos, eis e iam.
- 1º pessoa do singular – Eu trabalharia
- 2º pessoa do singular – Tu trabalharias
- 3º pessoa do singular – Ele/ela trabalharia
- 1ª pessoa do plural – Nós trabalharíamos
- 2ª pessoa do plural – Vós trabalharíeis
- 3ª pessoa do plural – Eles trabalhariam
Tempos verbais do modo subjuntivo
Os tempos verbais do modo subjuntivo são o presente, pretérito imperfeito e futuro. Dessa forma, eles expressam acontecimentos possíveis, que dependem uns dos outros.
Em todos os tipos do modo subjuntivo, utilizam-se conjunções que dão suporte à função empenhada pelo verbo. Afinal, ele deve expressar um fato que têm possibilidade de acontecer, contudo (ainda) é incerto.
Presente do subjuntivo
Entre os tempos verbais, esse indica uma ação atual incerta ou duvidosa.
- Espero que ela viaje no fim do ano
Nesse sentido, as desinências são e, es, e para o singular, enquanto para o plural os finais dos verbos são mos, eis e em. Sendo assim, caso seja solicitado que o mesmo exemplo seja colocado na terceira pessoa do plural, a resposta, portanto, seria Espero que eles viajem no fim do ano.
- 1º pessoa do singular – (que) eu viaje
- 2º pessoa do singular – (que) tu viajes
- 3º pessoa do singular – (que) Ele/ela viaje
- 1ª pessoa do plural – (que) nós viajemos
- 2ª pessoa do plural – (que) Vós viajeis
- 3ª pessoa do plural – (que) eles viajem
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Esse tempo verbal exprime um verbo no passado que depende de uma ação que também já passou.
- Se ela viajasse no fim do ano, ficaria feliz
Primeiramente, a oração conta com o apoio da conjunção subordinativa se, para dar uma ideia de possibilidade. Portanto, as terminações são sse, sses, sse para o singular e ssemos, sseis, ssem para o plural.
Caso fosse solicitado que a oração fosse posta na segunda pessoa do singular, a opção correta certamente seria Se tu viajasses no fim do ano, ficaria feliz.
- 1º pessoa do singular – (se) eu viajasse
- 2º pessoa do singular – (se) tu viajasses
- 3º pessoa do singular – (se) ele/ela viajasse
- 1ª pessoa do plural – (se) nós viajássemos
- 2ª pessoa do plural – (se) vós viajásseis
- 3ª pessoa do plural – (se) eles viajassem
- Futuro do subjuntivo
Entre os tempos verbais, esse indica uma ação verbal no passado que depende de uma ação que também já passou. Assim sendo, temos a sentença:
- Quando eu viajar no fim do ano, ficarei feliz
Quanto ao futuro, o verbo viajar ocupa sua forma mais básica para primeira e terceira pessoas do singular.
Por outro lado, o plural dos verbos flexionados termina com mos, rdes e em.
- 1º pessoa do singular – (quando) eu viajar
- 2º pessoa do singular – (quando) tu viajares
- 3º pessoa do singular – (quando) ele/ela viajar
- 1ª pessoa do plural – (quando) nós viajarmos
- 2ª pessoa do plural – (quando) vós viajardes
- 3ª pessoa do plural – (quando) eles viajarem
Tempos verbais do modo imperativo
Os tempos verbais do modo imperativo se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo. Nesse sentido, a ação verbal expressa ordem, conselho, pedido, convite ou súplica.
O Imperativo afirmativo expressa uma ordem na forma positiva da indicação, isto é, que se refere a alguém de modo incisivo.
- Espero que tu leias esse relatório ainda hoje
Por outro lado, o Imperativo negativo expressa uma ordem negativa. Sendo assim, basta acrescentar o não à frente do verbo.
Espero que você não compareça ao escritório hoje
Tempos verbais: simples x compostos
Em suma, os tempos simples e os tempos compostos é a maneira como os verbos exprimem ação, estado ou fenômeno da natureza.
Enquanto o tempo simples indica a presença de um único verbo na oração, o tempo composto indica uma locução verbal, isto é, conjunto de verbo auxiliar e verbo principal, que se complementam em uma estrutura sintática.
Contudo, esse é particularmente um tema que ainda provoca muitas dúvidas por parte dos estudantes. Então, cabe ao estudante estudar com atenção as diferentes variações para aprender de fato sobre o conteúdo.
O que achou do texto? Gostou de saber mais sobre os tempos verbais e modos verbais? Se sim, leia também sobre verbos irregulares.
Fontes: Infoescola, Toda Matéria, Conjugação, Conjugação
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