Revolução Acreana – A história da disputa entre Bolívia e Acre

A Revolução Acreana foi uma revolta popular contra a Bolívia, ocorrida durante a Primeira República Brasileira, na região noroeste boliviana.

Revolução Acreana: Conheça a história da disputa entre Bolívia e Acre

Primordialmente, a disputa pelo controle dos negócios da borracha, em 1902, foi um dos principais motivos para o acontecimento da Revolução Acreana. Já que a produção de borracha marcou o fim do século XIX. E fez com que muitos buscassem seringais para abastecimento dos mercados tanto internos como externos.

Essa busca resultou em várias pessoas, de todo o Brasil, indo até o nordeste do Amazonas. Entretanto, naquela época se localizava lá um território que até então pertencia à Bolívia. O que aconteceu após a assinatura do Tratado de Ayacucho, em 23 de novembro de 1867.

Como resultado disso, a corrente migratória que ocorria, sempre se terminava sob o controle de empresários paraenses e amazonenses. Em seguida, ocorreu que em 17 de dezembro de 1901 o governo boliviano arrendou a área para uma empresa privada chamada Bolivian Syndicate. Como resultado disso, foi desencadeado uma sequência de revoltas.

Revolução Acreana: Conheça a história da disputa entre Bolívia e Acre
Homens atirando – Fonte:folhadoacre

Contexto Histórico

A região do Acre passou por momentos instáveis no final do XIX. Isso aconteceu porque três países tinham bastante interesse no território sendo: Brasil, Bolívia e Peru. Como resultado disso, o conflito gerou a revolta conhecida como: Revolução Acreana. Que durou aproximadamente quatro anos.

José Carvalho, um advogado cearense liderou uma ação armada. Que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Após isso, Bolivian Syndicate estabeleceu negociações com a Bolívia. A ideia era conceder poderes excepcionais ao truste anglo-americano, que poderia além de monopolizar a produção e exportação da borracha, podiam também cobrar impostos e atuar com poderes de polícia. Era a estratégia encontrada pela Bolívia para controlar, definitivamente, a região.

Logo, Ramalho Júnior, o governador do Amazonas, foi informado sobre as mudanças. E Luis Gálvez de Arias, foi enviado à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso. Ele proclamou então a independência do Acre, e demonstrou apoio aos seringalistas.Tornando-se o presidente. O presidente do Brasil na época, Campos Sales, extinguiu a efêmera república em março de 1900.

Revolução Acreana: Conheça a história da disputa entre Bolívia e Acre
Estado Maior Acreano. José Plácido de Castro é o do centro fardado – Fonte: Geaciprianobarata

Revolução Acreana

Diante disso, em julho de 1901, o contrato com Bolivian Syndicate foi firmado.  O congresso brasileiro considerou o ato arbitrário. Por isso, cancelou convênios de comércio e navegação entre os dois países e também suspendeu o direito de trânsito para a Bolívia. Ao mesmo tempo, os seringueiros organizaram uma investida armada.

Os chefes de operações foram José Plácido de Castro, um participante da Revolução Federalista. A Vila de Xarupi foi ocupada na madrugada do dia 6 de agosto de 1902 e as autoridades bolivianas foram presas. Depois, Puerto Alonso foi atacado, proclamando o Estado Independente do Acre. Alguns meses depois, logo no início de 1903, o exército boliviano capitulou e Plácido Castro foi aclamado governador do Estado Independente do Acre.

No ano de 1904 o Tratado de Petrópolis foi finalmente regulamentado por lei federal e o Acre tornou-se parte oficialmente do território brasileiro, mas somente em 1962 que o Acre foi considerado estado brasileiro.

O que achou dessa matéria? Se você gostou e quer saber mais, leia também Revolução Russa – O que foi, contexto histórico, causas e consequências.

Fontes: TodaMatéria, InfoEscola, EducaçãoUol

Fonte da Imagem: Cipriano Barata08

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