Revolta dos Malês: resumo, motivo, líderes e consequências

A Revolta dos Malês foi um levantes dos escravizados que ocorreu na madrugada no dia 25 de janeiro de 1835, em Salvador. Saiba mais

Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês foi um levante dos escravizados que ocorreu na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835, em Salvador.

Várias revoltas ocorreram no Brasil no século XIX, sobretudo, na Bahia. Mas o maior exemplo disso foi a Revolta dos Malês.

Em resumo, os escravizados se revoltavam contra a escravidão, com o intuito de se libertar da escravidão e do sofrimento constante causado por ela.

No total, foram 600 participantes da revolta, constituídos por escravizados nagôs e haussás. Sendo que 70 participantes e 9 pessoas que lutavam contra a revolta morreram.

Por outro lado, os que sobreviveram, foram severamente punidos. Inclusive, houveram casos de sentenças de morte.

Resumo da Revolta dos Malês

  • A escravidão no Brasil foi introduzida pelos portugueses no século XVI e durou mais de 300 anos.

  • Várias revoltas ocorreram pelo Brasil, mas a Bahia se destaca na quantidade de revoltas.

  • A Revolta dos Malês é o maior exemplo de revolta de escravizados na Bahia do séc. XIX.

  • A Revolta do Malês ocorreu no dia 25 de janeiro de 1835, em Salvador.

  • No total foram 600 participantes da revolta, constituídos por escravizados nagôs e haussás.

  • Os participantes foram severamente punidos.

  • Enfim, 70 participantes e 9 pessoas que lutavam contra a revolta morreram.

Contexto histórico da Revolta dos Malês

Os portugueses introduziram a escravidão no Brasil no século XVI.

Dessa forma, no total, foram mais de 300 anos onde indígenas, africanos e crioulos (nascidos no Brasil), sofreram com a escravidão.

Mas é claro que os escravizados não aceitavam a situação de forma passiva. Na verdade, eles resistiam à escravidão de várias formas.

Por exemplo, ocorriam fugas individual ou coletivamente. Depois de fugirem, eles se abrigavam nos quilombos, uma espécie de refúgio para escravizados que conseguiam escapar.

Outra forma de resistência, eram as revoltas. Em síntese, os escravizados se revoltaram contra os senhores ou contra as próprias autoridades da região onde eram escravizados.

No entanto, essas revoltas costumavam ser bem violentas. Afinal de contas, os senhores e autoridades respondiam com uma forte repressão.

Em todo o país, ocorreram várias revoltas. Mas a Bahia foi um grande símbolo de revoltas de escravizados, principalmente na metade do século XIX.

Para você ter uma ideia, na primeira metade do século XIX, ocorreram trinta revoltas apenas na Bahia.

A Revolta dos Malês é o maior exemplo de revolta de escravizados na Bahia do séc. XIX. No entanto, várias outras ocorreram como, por exemplo, a Revolta de 1807.

Em resumo, em 1807 os escravizados estavam se organizando com o intuito de atacar as igrejas católicas, queimar imagens católicas e promover a ascensão de um líder mulçumano no poder de Salvador.

Além disso, o plano incluía uma expansão territorial por parte do Nordeste do Brasil. No entanto, a conspiração acabou sendo descoberta.

Quem foram os participantes?

A Revolta do Malês ocorreu no dia 25 de janeiro de 1835, em Salvador. A capital da Bahia contava com cerca de 65 mil habitantes, sendo que 40% desse total eram escravizados.

A maior parte dos envolvidos na revolta, foram os escravizados nagôs (também conhecidos como iorubás) e haussás. No total, foram 600 participantes.

Em sua maioria, os participantes eram mulçumanos e uma pequena parte eram adeptos de religiões de matriz africana.

O fato de uma grande quantidade ser muçulmana influenciou no nome da revolta. Isso porque, “malês” é uma palavra que deriva de imalê, que no idioma iorubá significa “muçulmano”.

Além disso, os participantes escolheram fazer a revolta no final do Ramadã, que é um mês sagrado para os muçulmanos.

Desse modo, eles escolheram o dia da festa de Lailat al-Qadr, que traduzindo significa Noite da Glória, essa festa relembra o em que o Corão foi revelado a Muhammad (Maomé).

Vale destacar que a revolta foi constituída apenas por escravizados nascidos na África.

Sendo que eles eram, sobretudo, escravizados urbanos. Ou seja, eram obrigados a realizar trabalhos como ferreiro, carregadores e sapateiros.

Líderes da Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês teve oito líderes. Foram eles:

  • Ahuna

  • Pacífico Licutan

  • Sule ou Nicobé

  • Dassalu ou Damalu

  • Gustard

  • Manuel Calafate

  • Luís Sanim (esse era do povo tapa e também chamados de nupes)

  • Elesbão do Carmo ou Dandará (esse era haussá)

Como foi a Revolta dos Malês?

A revolta teve início na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835. Sendo que a revolta eclodiu de forma abrupta, já que a conspiração tinha sido denunciada.

Os participantes da revolta usavam abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e amuletos com escritos do Corão em árabe, como uma forma de proteção.

1- Desfecho

As batalhas ocorreram na cidade de Salvador durante quatro horas. Em síntese, a última das batalhas, ocorreu em um local chamado Água de Meninos, local onde os escravizados foram derrotados.

Nessa batalha, muitos escravizados tentaram fugir a nado pelo mar ao serem encurralados. Contudo, muitos morreram ao fazerem isso.

No total, 70 participantes e 9 pessoas que lutavam contra a revolta morreram.

2- Punições

As punições para os participantes da revolta foram: prisão simples, prisão com trabalho, açoite, morte e deportação para a África. 

Houveram ainda casos de escravizados sentenciados a sofrer 1.200 chibatadas. Além disso, 16 pessoas foram condenadas à morte, mas 12 reverteram a pena e 4 foram executados.

Além das punições, a Revolta dos Malês aumentou muito a repressão sobre os escravizados nos anos seguintes.

 

Fonte: Sua Pesquisa, Info Escola, Toda Matéria, Brasil Escola, Historiazine, Escola e Educação, Uol Educação, e, por fim, Mundo e Educação

Escolhidas para você

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.