John Milton, quem foi? Biografia, polêmicas e carreira literária

John Milton foi um importante poeta e ativista político do século XX que acabou se tornando um dos maiores nomes do Classicismo britânico.

John Milton, quem foi? Biografia, polêmicas e carreira literária

Ao longo de sua vida, John Milton desempenhou variadas funções. Só para ilustrar, essa personalidade do século XVII foi poeta, professor e secretário do governo inglês. Além disso, Milton é descrito como intelectual e polemista, dois adjetivos que parecem inerentes a sua personalidade.

Responsável por assinar diversas obras, John Milton é um dos principais nomes do Classicismo britânico. Como resultado de sua vivência, o autor acabou publicando O Paraíso Perdido, aquele que, além de considerado sua obra-prima, é um dos poemas épicos de maior relevância na literatura universal.

Além de sua contribuição para a literatura, Milton protagonizou diversas lutas por questões políticas e religiosas. Dessa forma, o poeta acabou inserindo essas experiências em suas obras dramatúrgicas objetiva e subjetivamente. Apesar de ter deixado um significativo legado histórico, John Milton morreu à margem da sociedade.

Vida e carreira de John Milton

Fruto da relação de John Milton e Sara Jeffrey, John Milton nasceu na cidade de Londres, em 9 de dezembro de 1608. Visto que seu pai era banqueiro e compositor, Milton se familiarizou com a escrita logo nos estágios iniciais de sua vida e sempre teve acesso a uma excelente educação.

Aliás, sua educação teve início na St Paul’s School, um tradicional colégio londrino para garotos. Ali ele estudou dos seus 12 aos 17 anos de idade. Em seguida, no ano de 1625, ele ingressou no Christ’s College, uma das instituições da Universidade de Cambridge. Ali ele teve seu primeiro contato com o puritanismo e permaneceu até 1632.

Assim, aos 24 anos, John Milton já havia se formado na universidade e adquirido o título de Mestre de Artes. Embora, originalmente, seus planos envolvessem seguir uma vocação religiosa, Milton se deu conta de que sua natureza questionadora e expressiva não teria espaço nesse caminho. Logo, ele desistiu da ideia.

Leitor de autores como Dante, Petrarca e Tasso, Milton evoluiu no quesito literário. Além disso, ele possuía afinidade com matemática, música e criação poética, temas os quais ele pesquisava. Dessa forma, ele acabou se tornando professor e, em 1644, publicou um tratado sugerindo mudanças nas universidades inglesas.

Alguns anos depois, em 1646, o pai de Milton faleceu e lhe deixou uma herança. Ao passo que a situação financeira do autor melhorou, ele parou de lecionar e passou a se dedicar à escrita e movimentos sociopolíticos. Inclusive, sua carreira literária foi dividida em três fases.

Primeira fase (1631 – 1640)

Essa fase teve início em 1631, um pouco antes de Milton se formar na Christ’s College. Nesse período, ele escreveu seus primeiros poemas e sonetos em latim, italiano e inglês. Essa é considerada a fase idílica do autor e resultou em obras como O Alegre e O Contemplativo.

Enquanto o primeiro exalta a vida campestre, as danças e a alegria; o segundo serve como seu complemento, reverenciando o estado de contemplação, a leitura e o recolhimento. Além disso, nessa fase Milton também se aventurou no ramo do teatro, para o qual escreveu a peça Comus, um Disfarce.

Segunda fase (1641 – 1660)

Esse período é marcado pelo engajamento de Milton pelos direitos puritanos e pela liberdade civil. Então, como era de se esperar, esse ativismo acabou sendo refletido em sua obra. Dessa forma, ele escreveu Sobre a Reforma da Disciplina Eclesiástica na Inglaterra e Doutrina e Disciplina do Divórcio.

Um pouco depois, influenciado pelo movimento de Oliver Cromwell, John Milton passou a defender de forma ainda mais ávida o puritanismo britânico e a república. Ele chegou a gerenciar um jornal para tal, o Mercurius Politicus. Assim, após ser nomeado ditador da República Inglesa, Cromwell designou Milton um de seus secretários.

No entanto, com a restauração da monarquia, Milton foi preso, junto com todos os aliados de Cromwell.

Terceira fase (1661 – 1671)

Durante seu período encarcerado, Milton acabou ficando completamente cego. Porém, isso não o impediu de seguir se expressando. Então, ditando para um escrivão, John Milton concluiu, em 1667, seu grande clássico literário, aquela que viria a ser conhecida como sua obra-prima, o épico Paraíso Perdido, onde narra o declínio de Lúcifer.

Apenas quatro anos depois, vem à luz Paraíso Recuperado, uma continuação do poema anterior. Curiosamente, esse texto é protagonizado por Jesus, que desce ao planeta para resgatar o tesouro perdido por Adão.

Assim é caracterizada a terceira fase literária de John Milton, na qual ele utiliza a religião como tema central e subverte a forma como Lúcifer é apresentado, o convertendo em um vilão com traços heroicos, tais quais os personagens de Shakespeare.

O fim da vida de John Milton

Após a publicação de O Paraíso Recuperado, em 1671, Milton publicou, no mesmo ano, Sansão Combatente. Contudo, esse foi seu último trabalho, visto que no dia 8 de novembro de 1674, John Milton faleceu em Londres, Inglaterra.

Apesar de hoje contar com um grande legado literário, na época em questão, Milton morreu sem prestígio algum. Além de esquecido, o poeta ainda passou por grandes problemas financeiros antes de deixar o plano terreno.

E então, o que achou dessa matéria? Se gostou, confira também: Fernando Pessoa, quem foi? Biografia, heterônimos e principais obras.

Fontes: eBiografia.com, InfoEscola, Infopédia.

Imagens: ThoughtCo, Artware Fine Art, Britannica, Wikimedia Commons, Pinterest, Aventuras na História.

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