Feudalismo: resumo, início, características, sociedade, fim

O feudalismo foi um sistema econômico, político e social que vigorou na Europa Ocidental na Idade Média. Saiba quais são suas características

feudalismo

O feudalismo foi um sistema econômico, político e social que vigorou na Europa Ocidental na Idade Média. Em resumo, esse sistema tinha um senhor, que era o dono da terra, e o servo, que trabalhava na terra.

Dentre as principais características desse sistema está a constituição da sociedade. Isso porque a sociedade era do tipo estamental, ou seja, formada por classes. Dessa forma, quase nunca uma pessoa conseguia mudar de uma classe para a outra.

Além disso, esse sistema era composto pela nobreza, clero e servos. Em síntese, na nobreza estavam os senhores e o rei. Por outro lado, o clero era a Igreja Católica, que por sinal havia se fortalecido com o sistema feudal. Por fim, temos os servos que trabalhavam na terra.

Enfim, várias foram as causas do fim do sistema feudal. Por exemplo, houve o êxodo rural onde os servos se mudaram para a cidade. Também ocorreu o fortalecimento do capitalismo e as cidades cresceram.

Resumo sobre o feudalismo

  • Primeiramente, o feudalismo foi um sistema político, social e econômico que existiu na Europa Ocidental na Idade Média.
  • A sociedade era estamental, dividida entre: nobreza, clero e servos.
  • Os senhores eram os donos das terras e os servos eram as pessoas que trabalhavam na terra.
  • A economia tinha como base a agricultura.
  • Por fim, o sistema feudal entrou em crise no século XIV, por causa de uma série de fatores como, por exemplo, o êxodo rural.

O que foi o feudalismo?

Em resumo, o feudalismo foi um sistema político, social e econômico que foi a base da sociedade da Europa Ocidental durante a Idade Média, sobretudo na Baixa Idade Média.

Esse sistema surgiu como resultado da mistura dos costumes romanos e germânicos, por meio das invasões bárbaras no então Império Romano do Ocidente.

Na prática, o feudo era a terra explorada pelos servos. Portanto, a riqueza nesse sistema era gerada por meio da posse e exploração da terra.

Os feudos pertenciam ao rei e eram distribuídos aos senhores que lhe juravam fidelidade, como uma recompensa pelos líderes que lutaram em batalhas. Ou seja, os senhores permitiam que os servos explorassem a terra em troca de pagamento.

O feudo em si era uma grande propriedade rural com um castelo fortificado, terras para cultura, pastos, bosques e aldeias.

Surgimento do feudalismo

A origem do feudalismo remete às crises que resultaram na queda do Império Romano do Ocidente. Em resumo, no século III, por causa da crise econômica causada pela falta de escravizados e das invasões germânicas, os romanos acabaram abandonando as cidades e migrando para o campo, em busca de proteção e trabalho.

Ou seja, como as invasões germânicas geraram violência e insegurança, as pessoas optaram por deixar as cidades e ir morar no campo, em um processo de ruralização da Europa.

Desse modo, nasceram os colonatos, onde as pessoas encontravam abrigos no campo trabalhando para um senhor. Portanto, estabeleceu-se um processo de relação entre servo, a pessoa que procura uma terra para viver, e o senhor, o dono da terra.

Sendo assim, juntamente com o movimento de saída das cidades para o campo, ocorreu o enfraquecimento do poder político. Além disso, a Igreja Católica se fortaleceu em toda a Europa. Enfim, tudo isso contribuiu para o nascimento do sistema feudal, sendo que a Igreja serviu como uma forma de sustentação ideológica desse regime.

Características do feudalismo

Algumas características do sistema feudal são:

1- Sociedade

Primeiramente, a sociedade era estamental. Ou seja, ela era composta por camadas sociais, cujas diferenças entre si estavam nos privilégios que elas tinham.

Dessa forma, eram três os estamentos sociais: nobreza, clero e servos. Sendo que raramente havia mobilidade social e passar de um estamento para o outro era quase impossível.

Em resumo, a nobreza era composta pelos senhores feudais, que eram os donos das terras. Sendo assim, os senhores feudais aplicavam a lei, comercializavam com os vizinhos, declaravam guerras e etc. O rei ocupava o topo da nobreza e concentrava pouco poder político, já que ele dividia o poder com os senhores feudais.

Por outro lado, o clero corresponde à Igreja, que se tornou muito poderosa durante o período feudal. Inclusive, a Igreja era dona de grandes extensões de terra e determinava as relações sociais. De acordo com a Igreja, cada membro da sociedade tinha uma função a cumprir em sua estadia na terra.

Nesse sentido, a função do nobre era proteger militarmente a sociedade, o clero deveria rezar e o servo deveria trabalhar. Por fim, os servos eram os trabalhadores, sendo que eles eram subordinados a diversas obrigações

2- Política

O poder político era dividido entre o rei e os senhores dos feudos. Os senhores tinham um exército, cobravam impostos e realizavam a justiça. Uma das suas principais obrigações era proteger os servos, e assim eles construíam castelos fortificados em torno de sua comunidade.

Quando um senhor feudal entrava em guerra e precisava de apoio, ele fazia alianças com nobres menos poderosos. Isso ocorria por meio de um juramento de fidelidade, chamado de homenagem. Na prática, o senhor com mais recursos era o suserano e o outro era o vassalo.

3- Economia

Por fim, a economia no sistema feudal tinha como base a produção autossuficiente, já que se destinava ao consumo local dentro do feudo, e não ao comércio em larga escala.

No entanto, em períodos de boas colheitas, os excedentes eram trocados em feudos vizinhos ou em feiras nas cidades. No geral, o comércio era de troca de mercadorias, mas cada feudo também tinha a sua própria moeda.

Como foram as concessões de terras?

A concessão de terra poderia ocorrer nas seguintes situações:

  • Guerras: Quando os laços de vassalagem eram rompidos, quando um senhor desejava expandir suas terras ou uma família não tinha herdeiros, ocorriam guerras pelo território.
  • Casamentos: Os casamentos eram úteis para assegurar a fidelidade dos senhores feudais e garantia que a terra iria continuar na mesma família.
  • Concessão do rei ou de um senhor feudal: Por fim, as terras também eram dadas como pagamento pelos serviços de um nobre ou de um cavalheiro destacado.

Crise e fim do feudalismo

O sistema feudal passou por grandes mudanças a partir do século XII, pois houve o desenvolvimento do comércio e das cidades, o que ampliou as fontes de renda.

Desse modo, o poder foi se concentrando nas mãos do rei e as vilas e cidades foram se tornando mais autônomas. Com isso, o rei lhes concedia várias imunidades como, por exemplo, a isenção fiscal. Tudo isso ajudou a reduzir a importância dos feudos.

O dinheiro também passou a ter mais valor do que terras e as relações de produção passaram a ter como base o trabalho livre e assalariado. Além disso, surgiram novas camadas sociais como a burguesia, por exemplo.

Outro fator que impactou o sistema feudal foi o crescimento populacional. Isso porque, conforme a população crescia, maior era a necessidade de aumentar as áreas de plantio e o desenvolvimento de novas técnicas agrícolas.

Para aumentar o terreno de cultivo, os senhores feudais começaram a cercar as terras comunais, isto é, as terras que eram usadas por todos os servos. Alguns senhores arrendaram as terras, ao passo em que outros venderam a liberdade dos servos ou os expulsou do feudo, colocando trabalhadores assalariados em seu lugar.

Essa situação gerou revolta entre os camponeses que responderam de maneira violenta. O êxodo rural também foi influenciado pelo crescimento das cidades, o que as tornava atrativas para muitos servos.

Enfim, esse processo de mudança do sistema feudal para o sistema capitalista ocorreu de forma lenta e gradual, juntamente com o renascimento comercial, a centralização da monarquia e o nascimento da burguesia.

Exercícios

Por fim, teste seus conhecimentos com as questões abaixo:

UFPB (2008)

Durante a Baixa Idade Média, o sistema feudal, também conhecido como feudalismo, entrou em crise e terminou por se desagregar. Sobre a crise do sistema feudal, é correto afirmar:

a) A resistência da Igreja Católica contra as monarquias nacionais, francesa e inglesa, e a forte aliança entre França e Inglaterra contra a Igreja, durante a Guerra dos Cem Anos, foram fundamentais para a crise da ordem feudal.

b) A invasão dos povos germânicos, com seus hábitos urbanos, aliada à forte presença de muçulmanos, com suas práticas comerciais, foram fatores determinantes para a crise do mundo feudal.

c) A implantação da corvéia, do censo e das banalidades contribuiu, de modo decisivo, tanto para o Renascimento comercial e urbano como para a desagregação do sistema feudal.

d) As Cruzadas, ao garantirem a conquista da Palestina e da Península Ibérica, provocaram a perda de importância econômica das cidades italianas de Gênova e Veneza e, por extensão, o enfraquecimento do feudalismo.

e) A forte instabilidade social desencadeada por diversos fatores, entre eles, o clima, as oscilações demográficas, a falta de alimentos e a peste, constituiu um elemento de peso na crise feudal.

PUC

Antes da epidemia da COVID-19, outras doenças espalharam-se rapidamente e causaram a morte de milhares de pessoas. Na Idade Média ocidental, ficou famosa a Peste Negra que, combinada com a fome, dizimou cerca de um terço da população europeia.

Assinale a única alternativa que relaciona corretamente o surgimento dessa peste com o quadro maior da baixa Idade Média:

a) O surgimento da Peste Negra reforçou o desenvolvimento científico, especialmente da medicina medieval, que pôde averiguar soluções salvíficas oferecidas pela Escolástica.

b) O surgimento da Peste Negra indica o renascimento das rotas de comércio europeu e contribuiu para a decadência do regime feudal.

c) A Peste Negra favoreceu o incremento das universidades na Europa, pois tanto suseranos quanto vassalos uniram-se para incentivar a elaboração de pesquisas e a criação de uma vacina eficaz.

d) A Peste Negra levou os papas, bispos e reis a se unirem para obrigar as pessoas infectadas a lutarem nas Cruzadas, com a meta de, desse modo, transmitirem a doença aos muçulmanos que dominavam Jerusalém.

UNICAMP (2016)

“Uma categoria inferior de servidores que coexiste nas grandes casas com os domésticos livres são os escravos. Um recenseamento enumera em Gênova, em 1458, mais de 2 mil. As mulheres estão em uma proporção esmagadora (97,5%) e 40% não têm ainda 23 anos. São totalmente desamparadas; todos na casa a repreendem, todos batem nela (patrão, mãe, filhos crescidos) e os testemunhos de processos em que elas comparecem mostram-nas vivendo, frequentemente no temor de pancadas. Em Gênova e Veneza, a escrava-criada é essencial no prestígio das nobres e ricas matronas.
(Adaptado de Charles De la Roncière, “A vida privada dos notáveis toscanos no limiar da Renascença”, em Georges Duby (org.), História da vida privada – da Europa feudal à Renascença, vol 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 235-236.)

Sobre o trabalho nas cidades italianas do período em questão, podemos afirmar corretamente que:

a) O declínio da escravidão está ligado ao novo conceito antropocêntrico do ser humano e a uma nova dignidade da condição feminina no final da Idade Média.

b) O trabalho servil era predominantemente feminino e concorria com o trabalho escravo. A escravidão diminuiu com essa concorrência, desdobrando-se no trabalho livre.

c) Conviviam inúmeras formas de trabalho livre, semilivre e escravo no universo europeu e a sobreposição não era, em si, contraditória.

d) O uso do castigo corporal igualava as escravas a outros trabalhadores e foi o motivo das rebeliões camponesas do período (jacqueries) e agitações urbanas.

Gabarito

UFPB (2008): O correto é a letra e)

PUC: o certo é a opção b).

UNICAMP (2016): o certo é a letra c)

 

Fonte: Mundo Vestibular, Toda Matéria, Brasil escola, Toda matéria, Sua Pesquisa, Mundo Vestibular, Brasil Escola, InfoEscola, Significados, Toda matéria, Mundo Educação, Info escola e, por fim, Educa Mais Brasil.

Bibliografia:

  • ARRUDA. José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. São Paulo: Editora Ática; 1988.
  • SILVA, Marcelo Cândido da. História Medieval. São Paulo: Contexto, 2019.
  • SOUSA, Rainer Gonçalves. “Crise do Feudalismo”; Brasil Escola.  Acesso em 2 de dezembro de 2018.
  • CONTE, Giuliano. Da crise do feudalismo ao nascimento do capitalismo. v. 2. Lisboa: Presença, 1976.
  • ANTONETTI, Guy. A economia medieval. São Paulo: Atlas, 1977.
  • PINSKY, Jaime. O modo de produção feudal. São Paulo: Brasiliense, 1979.
  • Feudalismo. Info escola. Acesso em 03 de fevereiro de 2023.

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