Os Estados Nacionais europeus foram um processo de centralização do poder e do nascimento das Nações Modernas, em detrimento aos antigos reinos europeus.
Também chamados de Estado-Nação, eles começaram a surgir na Baixa Idade Média, nos séculos XII a XV, na Europa Ocidental. Os Estados Nacionais surgiram como resultado da crise do sistema feudal, que fez surgir a figura do rei com poder centralizado.
Antes disso, o rei era quase uma figura decorativa, mas, com os Estados Nacionais, ele passou a ter muitos poderes. Nesse contexto, as fronteiras dos países passaram a ser delimitadas, surgiram os exércitos próprios de cada nação e as moedas foram padronizadas.
O que eram os Estados Nacionais?
Um Estado Nacional contemporâneo tem como base a soberania política e militar dentro de certo território, com fronteiras que delimitam onde um território termina e outro começa.
Também chamado de Estado-Nação, ele leva em conta as pessoas que vivem no território e têm características singulares de acordo com a sua identidade cultural, étnica e histórica, postas em prática dentro do estado.
Muito antes de existirem os Estados Nacionais, as terras eram divididas entre os senhores feudais. Mas o Sistema Feudal entrou em crise na chamada Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XV.
Em resumo, a população cresceu e já não cabia mais nos feudos, tendo começado a migrar para as cidades, chamadas de burgos. Com isso o comércio se desenvolveu e houve o melhoramento das rotas comerciais com outras localidades.
A classe dos comerciantes que vendiam nas feiras era chamada de Burguesia, tendo passado a acumular riqueza e poder. Ao mesmo tempo em que expandia o crescimento burguês, também definhava a influência dos senhores feudais. Sendo assim, foi surgindo um vácuo de poder que o Rei prontamente tratou de preencher.
Como os Estados Nacionais foram formados?
Os Estados Nacionais surgiram, sobretudo, no final do século XVII e início do séc. XIX. Eles foram criados a partir do processo de industrialização clássica com mecanismos de divisão do espaço geográfico internacional, que estabeleceu uma nova configuração política e espacial.
O cenário que culminou na criação dos Estados Nacionais está ligado com a burguesia e a revolução industrial que ajudou a proteger o mercado de certo território. Desse modo, quem não tomasse medidas de proteção de mercado não seria capaz de competir com os produtos ingleses, logo, era preciso fechar o mercado.
Além disso, a proteção de mercado não deveria se limitar a fiscalizar fronteiras ou taxar produtos, mas também a contribuir com o amor do povo pela prática. Desse modo, o patriotismo passou a se desenvolver de várias formas.
Por exemplo, as forças armadas, que antes eram compostas por mercenários, passaram a aceitar apenas pessoas de mesma língua e com afinidade com o país.
O processo de unificação política na Europa ocorreu por meio de conquistas militares, por meio de alianças entre reinos. Desse modo, a figura do rei, bem como os símbolos monárquicos, foram essenciais para a construção desse novo mundo, já que simbolizavam união e poder.
A Dinastia de Borgonha (ou Afonsina) foi a primeira do Reino de Portugal, principiando em 1096. Na época havia apenas um condado, que depois se tornou reino. Já na Espanha há o destaque para a Dinastia de Habsburgo, que surgiu da junção dos reinos de Aragão e Castela.
Tanto Espanha quanto Portugal tiveram seus Estados Nacionais formados depois que os mouros foram expulsos. As Dinastias Capetíngia e a Dinastia Valois contribuíram para a formação do Estado Francês. Mas na Grã-Bretanha se sobressaíram as Dinastias de Plantageneta e Tudor.
Relação entre os Estados Nacionais e a burguesia
A burguesia está relacionada com os Estados Nacionais, pois os interesses da emergente burguesia e de parte da nobreza foram determinantes na criação dos Estado-Nação.
Com as guerras, revoltas camponesas e cruzadas, a nobreza desejava um novo modelo político com uma figura mais forte, isto é, o rei. Por outro lado, a burguesia tinha suas atividades econômicas prejudicadas pela antigo sistema feudal, que não investia nos setores fundamentais que ajudavam no desenvolvimento financeiro.
Quais foram as consequências da formação dos Estados Nacionais?
A criação do Estado Nacional causou problemas entre reis e imperadores no séc. XVI e XVII. Também causou divergências entre igreja e nação, e entre senhores feudais e o estado, no séc. XIX.
Apesar dos conflitos, o estado se consolidou e superou as ideologias e interesses da igreja e dos senhores feudais. Com isso, ele promoveu a centralização do poder, o que lhe dava direito de representar a nação.
O processo de centralização política nas mãos do rei serviu como um símbolo da formação dos Estados Modernos na Europa. As mudanças na forma de governar deixaram claro as diferenças entre o mundo moderno e o feudal.
Por exemplo, uma das características das monarquias nacionais é a burocracia que envolve um corpo de funcionários com funções e tarefas de administração pública. Além disso, com os Estados Nacionais houve a necessidade de criação de um exército nacional para conter possíveis invasões ou confrontos com outros países.
Também se criou um sistema burocrático, onde houve a criação de tributos e tarifas cobrados pelo rei, com a ideia de pagar as despesas públicas.
Enfim, apesar da vitória dos Estados Nacionais, vale notar que ainda existem países que não têm uma hegemonia de nacionalidade e de língua como, por exemplo, Suíça, Rússia, Canadá e outros.
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