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Esparta e Atenas – Sociedade, educação, cultura e particularidades
Esparta e Atenas eram duas das mais influentes polis da Grécia Antiga e contam com particularidades socioculturais contrastantes.

Assim como Estados Unidos e China disputam pelo mercado mundial atual e, antes disso, houve uma polarização global entre EUA e URSS na Guerra Fria, a Grécia Antiga foi marcada por uma dicotomia entre Esparta e Atenas, duas de suas maiores polis.
Embora partilhem diversos costumes, crenças, tradições e políticas sociais, as cidades-estados gregas eram totalmente independentes umas das outras. Logo, após o processo de formação da primeira polis, a comunicação entre as mesmas se tornou limitada, o que propiciou a formação de uma identidade única para cada uma delas.
Diante desse contexto, dois nomes se destacam: Esparta e Atenas. Enquanto a primeira era conhecida por ser uma cidade-estado cujos recursos eram voltados para o desenvolvimento de uma educação militarista e criação de destemidos e obedientes guerreiros, a segunda foi marcada por ser a polis das artes, filosofia e democracia.
No entanto, as singularidades de cada uma das duas sociedades se estendiam para muito além dos estereótipos. Inclusive, isso fica notável ao estudar suas particularidades.
As particularidades de Esparta e Atenas
Apesar de serem colocadas como extremos opostos, Esparta e Atenas são apenas duas representantes do que já foi uma complexa teia cultural.

A Grécia Antiga contou com diversas outras sociedades muito características e cada uma era uma unidade. Sendo assim, não é possível classificar os gregos como uma só nação.
Ademais, apesar de ser o berço da ciência e da democracia modernas, as características de Atenas não a colocam como mais desenvolvida ou civilizada que Esparta e vice-versa. As profundas diferenças culturais, sociais e políticas destacadas em cada uma delas, são resultado de vivências sociais diferentes.
Atenas: metalurgia, diarquia e militarismo
Também conhecida como Lacedemônia ou Lacônia, Esparta surgiu aproximadamente em 1200 a.C.. Os dórios, uma das quatro principais tribos nas quais os gregos se dividiam antes da formação da polis, eram especialistas em metalurgia e fabricação de ferro e deram origem ao povo espartano.
Esse povo buscou uma expansão territorial. Assim, aos poucos eles foram derrotando outros povos até conseguir dominar toda a península do Peloponeso que habitavam. Além de ter transformado os prisioneiros de guerra em escravos, Esparta adquiriu diversas terras férteis, algo que Atenas não tinha.

Na educação, Esparta prezava por valores e pedagogia militares. Sendo assim, o ensino da escrita estava voltado apenas para o necessário e o treinamento físico era intenso. Os jovens saíam da escola aos 20 anos. Em seguida, eles passavam a integrar o exército espartano até os 40 anos de idade.
Enquanto os homens entravam na escola aos 7 anos, com o objetivo de se tornarem guerreiros fortes e obedientes, a educação das mulheres era iniciada aos 12. Além de também receberem treinamento combativo, as mulheres espartanas dedicavam-se ao patrimônio familiar.
Ademais, ao contrário de Atenas, em Esparta as mulheres eram bem-vindas nas assembleias e competições desportivas. Isso porque elas eram vistas como importantes genitoras de indivíduos fortes, com saúde e destemidos.
No topo da sociedade espartana haviam os descendentes diretos dos dórios; estes por sua vez eram servidos pelos aqueus conquistados, que cuidavam do comércio e artesanato. Já a base da sociedade espartana era composta pelos hilotas, escravos capturados durante as guerras.
Esparta e Atenas eram controladas pelas elites. Porém, enquanto Atenas era o ‘berço da democracia”, o governo espartano era uma Diarquia. Isso significa que o mesmo era dividido entre dois reis, um militar e outro religioso.
Atenas: comércio naval, democracia e filosofia
Apesar de ter sido fundada pelos jônios por volta de 1600 a.C., Atenas reunia outros povos como aqueus e eólios. Assim como mencionado acima, ao contrário de Esparta, Atenas não possuía terras férteis para agricultura. Como resultado disso, o povo se dedicou à pesca e ao comércio marítimo.
Enquanto Esparta detinha a fama de xenófoba, Atenas comercializava com colônias gregas no Mar Mediterrâneo e Ásia menor e acabou se tornando receptiva aos estrangeiros. Contudo, isso não significava que os mesmo seriam vistos como cidadãos, já que esse título era restrito aos homens atenienses com mais de 18 anos.

A educação priorizava o equilíbrio entre corpo e mente, assim surgiu a famosa expressão “corpo são, mente sã”. Foi em Atenas que filósofos como Platão e Aristóteles fundaram suas escolas. Ali eram ministradas aulas de pedagogia filosófica, lógica, metafísica, política e artes.
Assim, Atenas passou a ser conhecida como berço da filosofia ocidental e da democracia. Ao contrário do que acontecia em Esparta, as mulheres de Atenas não desfrutavam dessa educação e eram criadas apenas para serem dóceis e submissas. Elas educadas apenas para as atividades domésticas cotidianas.
Sua sociedade era dividida em eupátridas ou “bem nascidos”; georgóis, os donos de terras; demiurgos, artesãos especializados e sem status; e thetas, os marginalizados pela sociedade que podiam ser escravos ou não.
E então, o que achou da matéria? Caso tenha gostado, confira também: Guerra do Peloponeso – O que foi, causas, consequências e curiosidades.
Fonte: Toda Matéria, Educa Mais Brasil, Brasil Escola, Mundo Educação.
Imagens: Aventuras na História e Warner Bros. Pictures.