Escravidão no Brasil: origem, trabalho escravo e abolição

A escravidão no Brasil aconteceu a partir de 1530, quando a colonização portuguesa teve início e acabou em 1888, mais de 350 anos depois.

Escravidão no Brasil: origem, trabalho escravo e abolição

A escravidão no Brasil teve início a partir de 1530, época em que os portugueses iniciaram o processo de colonização do país. A escravização pelos portugueses se deu como solução para atender a demanda de mão de obra na lavoura.

Nesse sentido, em um primeiro momento foram escravizados os povos indígenas (séculos XVI e XVII), que foram substituídos pelos africanos, que chegavam ao Brasil em grandes navios negreiros.

O processo de escravidão no Brasil acabou em 1888, quando a Lei Áurea aboliu a prática em território brasileiro. Após 130 anos da abolição da escravatura, nosso país ainda lida com situações que nos remontam a escravidão, como o preconceito, o racismo e a violência contra os negros.

Origem da escravidão no Brasil

A escravidão no Brasil se inicia em 1530, época em que os portugueses decidiram colonizar de fato o novo território na América. No período pré-colonial, a principal atividade por aqui era a exploração do pau-brasil, feita por indígenas (por escambo).

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Nesse sentido, em 1534 os portugueses criaram o sistema das capitanias hereditárias e impulsionaram o cultivo de cana-de-açúcar e a criação de engenhos. Os portugueses precisavam de mão de obra, uma vez que não estavam interessados no trabalho pesado.

A saída encontrada pelos europeus foi escravizar primeiramente os povos indígenas, que já habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses e suas embarcações. A escravidão acabou se tornando um negócio lucrativo para as nações europeias, que encheram navios negreiros da África.

Mão de obra indígena

Até meados do século XVII, a principal fonte de mão de obra usada pelos portugueses vinha dos indígenas. Essa escravização era mais barata para os bolsos do colonizador, entretanto se mostrou cheia de problemas e bastante tumultuada.

Os indígenas não estavam acostumados ao trabalho contínuo e, por isso, se mostraram bastante arredios. Outro ponto que atrapalhou o processo de escravização dos indígenas foram os conflitos com os jesuítas, contrários à escravização.

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Para eles, os indígenas deveriam ser catequizados e, por isso, eram contrários. Pela sua importância, os jesuítas conseguiram que fossem cumpridas sanções burocráticas àqueles que tentassem escravizar os indígenas.

Após muita pressão, os jesuítas conseguiram que a Coroa proibisse a escravização de indígenas. Conhecidos como os negros da terra, os indígenas eram vendidos por três vezes menos que escravos africanos.

Escravidão no Brasil de povos africanos

A escravidão no Brasil também aconteceu com os povos africanos, que desembarcaram aqui em 1550, pela primeira vez. Desde o século XV, os portugueses escravizaram africanos para trabalhos na Ilha da Madeira, por exemplo.

Nesse sentido, à medida que a colonização do Brasil teve seguimento, surgiu a necessidade de trabalhadores braçais. Assim, o tráfico negreiro ganhou espaço, sendo liberado para os colonos que estavam aqui.

Escravidão no Brasil: origem, trabalho escravo e abolição
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O uso de escravos africanos aconteceu por mais de 300 anos, em um número total de quase 5 milhões de africanos desembarcaram no Brasil para trabalhar em lavouras de cana-de-açúcar. A jornada de trabalho chegava às 20 horas diárias em condições precárias e com muita violência.

Era bastante comum que durante o trabalho, os escravos perdessem mãos e braços, além de queimaduras. Sua alimentação era muito pobre e, para complementá-la, eles cuidavam de pequenas plantações cultivadas por eles.

Durante a escravidão no Brasil, cada engenho chegava a ter cerca de 100 escravos. Nesse sentido, após o trabalho eles eram reunidos na senzala, lugar de onde não poderiam escapar. O tratamento violento que recebiam incluía o uso de correntes (para que não fugissem) e de máscaras.

Todavia, escravos que fugissem acabavam presos e chicoteados em troncos (às vezes até a morte). Como forma de punição, muitos eram condenados à morte por envenenamento, queimados e, também, enforcados.

Como forma de resistência à escravidão no Brasil, os escravos agiam com desobediência e alguns tramavam fugas individuais e coletivas. Eles também começaram a se organizar em comunidades, conhecidas como quilombos.

Fim da escravidão no Brasil

O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão. Por aqui, essa prática acabou somente com a aprovação da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.

Nesse sentido, o fim da escravidão no Brasil foi uma conquista possível por protestos populares e engajamento da sociedade, além da resistência dos escravos e não uma vontade da monarquia.

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O abolicionismo brasileiro data da Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que proibia o tráfico negreiro. Todavia, o debate abolicionista ganhou força com a criação de associações, conferências e eventos.

Profissionais como advogados e jornalistas que se interessavam pela causa agiram no sentido de que a escravidão no Brasil terminasse e, ao final da década de 1880, a Coroa portuguesa estava pressionada.

Com o panorama de revoltas e fugas registradas em diversos pontos, o Império não conseguiu conter o apelo popular e as revoltas imprimidas pelos escravos. Em 13 de maio de 1888, a escravidão no Brasil chegava ao fim.

Então, o que achou da matéria? Se gostou, leia também: Revolta de Beckman, o que foi? Motivos, acontecimentos e desfecho.

Fontes: Toda Matéria, Brasil Escola, Infoescola, Sua Pesquisa, Mundo Educação

Imagens: UFF, Guia do Ensino, Aventuras na História, Folha, Pinterest

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