Corrida armamentista – O que foi, contexto e aspectos históricos

A corrida armamentista foi uma disputa de teor armamentista que marcou a segunda metade do século XX, com a rivalidade entre EUA e URSS

Corrida armamentista: o que foi, contexto e aspectos históricos

O século XX foi responsável por acirrar e promover grandes disputas territoriais, políticas e econômicas que ficaram marcadas na história da humanidade. Uma das mais conhecidas recebeu o nome de Guerra Fria, que também trouxe à tona um outro conceito bastante popular nesse período: a Corrida Armamentista.

A corrida armamentista consistiu em um confronto bélico declarado entre EUA e URSS, à época as duas maiores potências. O ponto de partida do conflito teve início com o lançamento, pelos americanos, de duas bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, em solo japonês.

Em outras palavras, o mundo se encontrou em profunda polarização. De um lado, estavam as nações que se declaravam capitalistas, lideradas pelos Estados Unidos. Do outro, estava a União Soviética, alinhada ao regime comunista.

Entenda abaixo quais foram essas divergências, suas consequências e o contexto histórico do período.

O início da disputa

Com a intenção de decretar o rendimento dos japoneses na batalha do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, nos dias 06 e 08 de agosto de 1945.

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UN News

Em julho do mesmo ano, eles testaram a bomba Trinity, que seria a primeira arma nuclear lançada no planeta. Como os militares americanos queriam aplicar a nova invenção a qualquer custo, foi propício que eles a lançassem sobre o território japonês, que evitava por fim ao conflito.

Dessa forma, a bomba Little Boy foi solta em Hiroshima e teve uma força de, aproximadamente, 15 mil toneladas de dinamite. As consequências foram devastadoras: quase 100 mil pessoas morreram apenas no dia da explosão, 40 mil edifícios vieram a baixo e o calor ao redor do lançamento alcançou a marca de 4 mil graus celsius.

Mesmo assim, não houve rendição. Em retaliação, os norte-americanos se direcionaram a cidade de Nagasaki com a bomba Fat Man, feita de plutônio 239. Os mortos chegaram a quase 50 mil pessoas inicialmente e 40% da cidade ficou destruída.

Tinha início a corrida armamentista, que duraria décadas e só seria cessada com a assinatura dos Tratados de Redução de Armas Estratégicas ou Start.

Corrida armamentista: o desenvolvimento da tecnologia

Como dito anteriormente, os EUA foram os primeiros a apostarem em um projeto de desenvolvimento armamentista que deu início ao lançamento de bombas nucleares e ao acirramento da disputa com a URSS.

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Era o Projeto Manhattan, que produziu as bombas citadas no tópico anterior. Quatro anos depois, em 1949, a União Soviética lançou no Cazaquistão, mais especificamente em Semipalatinsk, sua primeira bomba nuclear.

Vale ressaltar que, durante os anos finais da Segunda Guerra Mundial, as duas nações eram aliadas no combate à força do nazismo alemão. Contudo, a derrota dos Aliados e o fim da competição incentivou o início de uma nova disputa, desta vez com forte ideologia geopolítica, militar e tecnológica.

Desse modo, o rompimento ocorreu em 1947 e acirrou a polarização entre regimes políticos distintos. O objetivo era ampliar as posições territoriais e estabelecer seus fundamentos ideológicos. A base da disputa consistia no temor em perder o espaço para o inimigo.

Para isso, investiram pesado em tecnologia e pesquisa para produzir armas de última geração e fortalecer seus arsenais militares. Apesar disso, os membros da corrida armamentista evitavam a todo custo promover uma Terceira Guerra Mundial, ou “hecatombe nuclear”, o que resultaria em um nível de destruição que poderia acabar com a vida humana na Terra.

Episódios mais conhecidos da corrida armamentista

Entre os eventos mais conhecidos da Guerra Fria e da corrida armamentista estiveram o projeto RDS-220 ou Tsar Bomba, bomba de hidrogênio, lançada em 1961 no Oceano Ártico, que devastou uma área de 35 km de raio.

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Logo após, ocorreu a Crise dos Mísseis, embalada pela descoberta de mísseis nucleares soviéticos no território de Cuba. A descoberta da ação pelos americanos evitou que a destruição ocorresse, motivada por um possível potencial de destruição na capital Washington.

Contudo, o “apocalipse nuclear” esteve perto de ocorrer em 27 de outubro, com o abatimento de um avião-espião que provocou a morte de um piloto.

A corrida espacial

Dentro da corrida armamentista, um novo jogo de poder e influência ficaria registrado na história. Era a corrida espacial, que consistia em uma outra competição focada em quem conseguiria alcançar primeiro o espaço.

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Exame

Em primeiro lugar, estava a União Soviética, que realizou as primeiras viagens ao espaço. Todavia, foram os Estados Unidos que chegaram primeiro à Lua.

O primeiro satélite em órbita foi o Sputnik 1, lançado pela URSS em 1957 e pioneiro nos estudos sobre a composição do espaço. Posteriormente, o Sputnik 2 enviou o primeiro ser vivo ao espaço. Foi a cadelinha Laika, que acabou falecendo após 10 dias do lançamento.

Ao todo, o Sputnik foi enviado em dez diferentes versões, até março de 1961. Em contrapartida, os EUA anunciaram o lançamento do Explorer 1, em 1958, e criaram a NASA, órgão administrativo da aeronáutica espacial americana.

Após a chegada, em primeiro lugar, da URSS também ao espaço, os americanos não descansaram até promover a chegada do primeiro homem à Lua.

O evento ocorreu por meio da expedição Apollo 11, que levou três astronautas ao astro e ficou marcado na história da humanidade no dia 24 de julho de 1969. O fim da corrida espacial ocorreu em 17 de julho de 1975, em uma missão parceira entre as duas nações.

A assinatura de acordos põe fim à corrida armamentista

Por fim, os primeiros acordos a comprometerem os países a abandonarem os testes com arsenais nucleares foram assinados em 1972 e 1993, conhecidos como Start. Previam, aos poucos, a finalização dos arsenais bélicos de ambas as nações.

Décadas depois, em 1996, foi assinado o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, que determinava o fim de atividades bélicas até 2016.

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Entretanto, o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo contabilizou na época mais de 15 mil ogivas nucleares, das quais 93% delas pertenciam à Rússia.

E então, gostou de saber mais sobre a corrida armamentista e seus desdobramentos? Então, confira também o que foi a Guerra Fria.

Fontes: Prepara Enem, Toda Matéria, Mundo Educação, BBC News Brasil, Educa Mais Brasil, Info Escola, História do Mundo

Imagens: Exame, Aprovado em História, UN News, Escola Educação, DW, Aventuras na História.

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