Os navios negreiros (ou tumbeiros) eram embarcações que serviam para transporte de negros visando a escravidão.
Nesses navios embarcavam os negros capturados na África e destinados ao trabalho escravo na América, durante os séculos XVI e XIX.
Eles saíam dos portos africanos com superlotação e no caminho iam morrendo pessoas, por conta das doenças e dos maus-tratos.
Contexto Histórico
O tráfico de pessoas foi o negócio mais lucrativo já registrado, tendo contribuído para manter a economia de muitos países. Os negros eram capturados na África e levados para portos onde aguardavam o embarque. Tratados como uma mercadoria qualquer, sofriam todos os tipos de humilhação e maus-tratos.
Embarcavam então em navios negreiros, confinados nos porões sem espaço, luz ou circulação de ar. Isso provocava a morte de muitos cativos e propiciava a contaminação por doenças variadas.
Os homens eram separados das mulheres e ficavam acorrentados para prevenir qualquer possível rebelião. De vez em quando um grupo reduzido podia subir ao convés para tomar sol e depois tinha que retornar.
Há uma estimativa de que, entre 1525 a 1866, 12,5 milhões de escravos foram transportados em navios negreiros. E 12,5%, ou 1,6 milhão de indivíduos não sobreviveu à viagem.
É considerada inclusive a maior transferência compulsória já conhecida na História da humanidade.
Doenças e revoltas a bordo
Como não estavam acostumados a viajar em navios, os prisioneiros enjoavam muito, assim como a má higiene provocava diarreias.
O chão dos porões ficava forrado com dejetos, o que exalava um fedor insuportável, às vezes suavizado com água salgada e vinagre. Ainda assim se alastravam doenças como escorbuto, diarreia e sarampo.
Às vezes ocorriam revoltas dentro dos navios negreiros, bastando que alguns indivíduos conseguissem se soltar. A tripulação então reagia com armas de fogo, o que leva à morte muitos revoltosos. Quando alguém era capturado num levante, sofria castigos extremos publicamente para servir de exemplo e desencorajar os demais.
Duas revoltas a bordo de navios negreiros entraram para a história. Uma foi a do Amistad, em 1839, que virou um filme famoso dirigido por Steven Spielberg, onde os negros mataram toda a tripulação. A outro foi a do navio Kentucky, de 1845, só que nesse a tripulação levou a melhor e matou todos os insurgentes.
A decadência do tráfico humano
O antes lucrativo negócio de comercializar escravos começou a decair com uma mudança de postura da Grã-Bretanha. É que os ingleses, que foram os que mais lucraram com a atividade, mudaram de atitude. Eles precisavam de consumidores de seus produtos industrializados, tendo o tráfico de gente deixado de lhes interessar.
A partir de 1840, a Grã-Bretanha começou a combater a escravidão e o transporte de escravos foi considerado crime de tráfico. Navios britânicos saíam pelos oceanos à procura de traficantes que, se pegos em flagrante, eram presos e o navio confiscado. Se resistissem, a esquadra abria fogo e o navio abordado afundava.
Visando escapar da vigilância, os capitães não raro jogavam os negros acorrentados na água e se livravam das provas. Como foram diminuindo os navios dispostos a se aventurarem, tinham que aumentar a quantidade de gente nos porões. Essas medidas extremas acarretavam mais mortes e sofrimento.
Com a passar do tempo, diversas outras nações abandonaram o tráfico de escravos, sendo a prática cada vez mais rara. Não demorou muito para que os navios negreiros entrassem em decadência e mudassem suas mercadorias.
Você curtir saber mais sobre os navios negreiros? Então não deixe de ler também a respeito da Revolta dos Malês e o motivo de só os africanos terem aderido ela.
Fonte: Info Escola, Toda Matéria, Wikipédia, Cola da Web, Vermelho, Geledes, Só História, Paleonerd, Aventura na História.
Fonte das imagens: Info Escola, Stoodi, Musicians, Lameter.